Rock sobrevive em Manaus, apesar das dificuldades, avaliam músicos

Quando o assunto é rock’n’roll, o Porto de Lenha está cada vez mais distante de se tornar Liverpool. Pelo menos essa é a avaliação de alguns roqueiros da cidade de Manaus. No Dia Mundial do Rock, celebrado nesta quinta-feira (13), o Portal Amazônia fez um balanço de como anda a situação do ritmo na capital amazonense.

Há 15 anos embalando o cenário da música de Manaus, a banda de rock autoral ‘Tudo Pelos Ares‘ recebeu reconhecimento após ser selecionada, em abril deste ano, para fazer um show no festival de música Rock in Rio. Mas apesar do destaque nacional, na avaliação do baixista Marcelo Lima, as bandas locais ainda sofrem com a falta de apoio.

Foto:Cedida/Marcelo Lima

“O grande problema é a falta de incentivos. Em Manaus temos muitas bandas de rock autoral, mas que não recebem qualquer tipo de incentivos. Há alguns anos, o Projeto Valores da Terra [da Prefeitura de Manaus] ajudou muitas bandas a gravarem seus CDs. Mas agora, não recebemos qualquer tipo de apoio do poder público”, reclama o músico.

Mas apesar das dificuldades, ele enxerga, na apresentação o Rock in Rio, uma boa oportunidade de colocar novamente o rock autoral manauara sob os holofotes.

“Talvez agora, com a seleção da banda para o Rock in Rio, desperte o interesse do poder público em retomar esse patrocínio, já que está provado que sempre haverá público para o rock”, acredita.

O show da banda amazonense no Rock in Rio vai acontecer no dia 21 de setembro no palco Rock District. Na mesma noite, o grupo norte-americano Aerosmith se apresenta no Palco Mundo.

“Estamos ensaiando bastante. Vamos apresentar nosso rock autoral, mas também teremos alguns covers. O repertório ainda não podemos falar que é para manter a surpresa”, revela Marcelo.

Foto:Cedida/Marcelo Lima

Falta de espaço

Além da falta de apoio, outro problema que dificulta a vida dos roqueiros de Manaus é a falta de espaços exclusivos para o ritmo. É o que acredita Rafael Marques, vocalista da banda Black Mersey. Ele ressalta que, nos últimos anos, o rock tem perdido espaço para outros estilos musicais em todo o país, o que tem dificultado o retorno financeiro das casas que adotam o estilo musical.

“Manaus ainda está carente de locais que toquem exclusivamente o rock. O ritmo está cada vez mais escasso nas casas noturnas porque não dá mais o mesmo retorno de antes para os empresários. Mas não é somente em Manaus que isso acontece. Em São Paulo a situação é a mesma”, destaca.

Foto:Reprodução/Facebook-Black Mersey

Ele conta ainda que, após uma temporada de dois anos em São Paulo, retornou a Manaus e se surpreendeu com a quantidade de novas bandas de rock que surgiram neste período. Mesmo com alguns problemas pontuais, ele ressalta que a convivência entre elas é pacífica.

“Infelizmente ainda existe muita picuinha entre as bandas. Alguns integrantes ainda perdem tempo sujando o nome de outras bandas porque se enxergam como concorrentes. Mas no geral as bandas são parceiras e o relacionamento é saudável”, avalia.

A banda Black Mersey apresenta há nove anos covers dos Beatles em Manaus.

Mas, apesar das dificuldades, Rafael Marques continua fiel ao ritmo popularizado pelo quarteto de Liverpool e apresenta dois novos projetos: a banda RockBeat e o Duo Acústico, em parceria com o pianista pianista Breno Fragata.

“O rock está tentando sobreviver em Manaus”, finaliza o roqueiro.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

ExpoAmazônia Bio&TIC realiza coleta de lixo eletrônico e de alimentos não-perecíveis

A ExpoAmazônia Bio&TIC 2024 também é um ponto de coleta de lixo eletrônico no local de realização do evento, que...

Leia também

Publicidade