Museu dos Povos Acreanos passa a contar com sala dedicada a Academia Acreana de Letras

Inaugurado durante celebração da Revolução Acreana este ano, o museu conta também com átrio, auditório e sete espaços de visitação, mas o Plano Museológico continua em andamento.

Foto: Pedro Devani/Secom AC

A 1ª etapa das obras do Museu dos Povos Acreanos foi entregue em um dia de grande significado para a população do Acre: 6 de agosto, dia em que se celebra a Revolução Acreana. A data é uma forma de fazer alusão à importância história e cultural do novo museu. 

Localizado na Avenida Epaminondas Jácome, no Centro de Rio Branco, o museu está instalado no prédio construído na década de 1960 e já serviu como sede do Colégio dos Padres e do Colégio Meta.

O prédio é protegido pela lei n°1294/99, que criou o Fundo de Pesquisa e Preservação do Patrimônio Cultural do Acre, que constitui e integra todo o conjunto de bens móveis e imóveis, materiais e imateriais existentes no âmbito de seu território, cujo conteúdo e significado se encontram vinculados à formação da consciência histórica, social e cultural da população acreana.

Conforme a lei, o museu vai abrigar itens caracterizados como históricos, arqueológicos, paleontológicos, etnográficos, linguísticos, folclóricos, urbanísticos, arquitetônicos, artísticos, bibliográficos, cinematográficos, videográficos e audiofônicos que foram e são relevantes para o desenvolvimento sociocultural e para a preservação da identidade regional acreana.

A Fundação Elias Mansour (FEM) foi a responsável pela reforma, assim, o espaço foi transformado em um complexo cultural que busca resgatar e celebrar a história da região. O primeiro piso, além do átrio e do auditório, tem sete espaços de visitação e uma sala destinada à Academia Acreana de Letras (AAL).

Foto: Cristian Raphael/Fundação Elias Mansour

Segundo a FEM, o Plano Museológico deve ser concluído até o fim do ano. Parte da estrutura original da década de 1960 foi mantida, como os ladrilhos hidráulicos e a capela de Nossa Senhora das Dores, foram bem integrados à revitalização para maior acessibilidade dos visitantes.

“Esse museu é uma contribuição aos povos acreanos, não somente aos originários, mas também a todos os acreanos, porque nesse museu está concentrada tanto a história do povo acreano e dentro dessa história também está a história dos povos originários que fizeram o Acre. É um momento de refletir sobre nossa história e papel como acreano e aí a gente pensa no que os povo indígenas sofreram ao longo do tempo e gera uma reflexão a cerca da nossa história”, declarou a representante do povo indígena Puyanawa, Liliane Maia, durante a inauguração.

Para a professora Tânia Façanha, a inauguração deve contribuir para pesquisas no estado, além de disseminar a história do Estado.

“É um espaço que vem para preservar a história do povo acreano, para possibilitar que a gente conheça e divulgue nossa história e espaço para pesquisa também para instituições de ensino. Também um local para as escolas visitarem e manter também a nossa cultura. É muito importante, e, com certeza, estava faltando um espaço desse. Que bom que agora nós temos”, 

comemorou.

Foto: Pedro Devani/Secom AC

O museu também conta com espaço de café, átrio interno, auditório e praça. A obra foi idealizada e iniciada em 2018, mas somente quase seis anos depois foi entregue. A abertura foi marcada pelas condecorações da Ordem da Estrela do Acre a personalidades que se destacam na história acreana em diversas áreas de atuação:

A presidente do Tribunal de Justiça do Acre, desembargadora Regina Ferrari;
O educador Evaristo de Lucca;
O Lorde do Iaco, Eduardo Reis Diniz;
A cantora Francis Nunes;
Hademi Moreira Maia;
e Antônio Cordeiro da Silva, o ‘Cordeirinho’, motorista que dirigiu para todos os governadores desde a gestão de Geraldo Mesquita (1975-1979).

Foto: Cristian Raphael/Fundação Elias Mansour

“Cultura é saúde. Cultura é educação. Cultura é cidadania. Estou muito honrado neste momento e não poderia deixar de reconhecer o trabalho de todos os servidores que estiveram envolvidos na realização dessa obra, que é muito mais do que um museu, é um retrato social das várias vertentes humanas e culturais que formaram nosso estado”, declarou o governador Gladson Cameli.

O presidente da Fundação Elias Mansour, Minoru Kinpara, responsável pela organização e coordenação do Museu dos Povos Acreanos, também falou sobre a responsabilidade em entregar um espaço público deste porte.

“Temos aqui memórias do passado em um complexo cultural que proporcionará ao visitante várias experiências. Para tanto, manteremos atividades nos diversos espaços, de forma simultânea. Temos o palco cultural, o átrio, o auditório, as galerias, tudo climatizado para proporcionar maior conforto à população”, enfatizou. O Plano Museológico continua em andamento.

*Com informações da Agência de Notícias Acreana e do g1 Acre

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