Indígenas se reúnem em Mâncio Lima para celebrar cultura, conhecimento e espiritualidade dos Puyanawa, além de turistas de diversas regiões do mundo.
Com muita dança, cânticos tradicionais, comidas típicas, artesanatos e pinturas corporais, o povo indígena Puyanawa realiza o Festival Atsa Puyanawa, em Mâncio Lima, interior do Acre, considerado a maior celebração tradicional da etnia. Este ano o evento chega à quinta edição e ocorre de 18 à 23 de julho. O nome ‘Atsa’ significa macaxeira e é justamente o que eles celebram, já que o alimento é a principal fonte de renda da comunidade indígena.
“É um momento para nós de muita alegria, que mostra para nós nossa capacidade de força, de crescimento da nossa cultura, do nosso conhecimento, da nossa espiritualidade e valores”,
destacou o cacique Joel Puyanawa.
“Eu, como cacique, tenho o papel de mostrar o caminho, conduzindo meu povo a um caminho que leva nossa história e seguindo uma vida diferenciada dentro dos nossos valores para mostrar todo saber que está sendo apresentado”, destacou.
A festividade movimenta a economia na região do Juruá e atrai turistas de vários países, além regiões do Brasil. Matej Haccin é da Suíça e participa pela terceira vez do evento. Ele disse que gostou tanto da imersão proporcionada pelo festival que fez questão de participar novamente. O turista chegou ao Acre com um grupo de cinco pessoas que também buscam conhecer o festival. “A cada vez aprendo muito da cultura indígena desse povo do Acre e é muito interessante porque é um povo que vive ainda muito perto da natureza, da floresta e tem uma cultura bem rica e viva”, concluiu.
Cantos tradicionais, dança, comidas típicas, pinturas e até brincadeiras de arco e flecha fazem parte do festival. “É uma festa muito esperada por todos da comunidade, do nosso povo e serve para reunir crianças, jovens, adultos e idosos, comemorando nosso festival durante cinco dias. Tem uma programação com as nossas comidas típicas, quando fazemos de todos os derivados da macaxeira, aproveitamos para expor as nossas artes, a caiçuma que é uma bebida tradicional, então evidencia toda a nossa cultura e tradição”, disse Carol Puyanawa, que desenvolve várias ações da comunidade.
Da macaxeira é feita sopa, caiçuma, tapioca, bejú, mingau, farinha, massa de carimã, entre outros derivados típicos produzidos pela etnia. Além disso, também estão presentes outras comidas como peixe assado, farinha de coco, farinha de tapioca.
Também tem show tanto em português como na língua tradicional; conhecimento e uso da medicina; costumes; cultura; conhecimentos da floresta, quando os visitantes fazem trilha e as pessoas vão para a mata conhecer o cipó da ayahuasca; além de ouvir as histórias do povo indígena.
Segundo a organização do evento, são esperadas aproximadamente 8 mil pessoas durante os dias de festividades em 2023.
*Com informações das matérias escritas por Alcinete Gadelha e Rayza Lima, do g1 Acre
