Ferroviário da EFMM: conheça a história de mais de 60 anos de dedicação de Paulo Ramos

Paulo da Costa Ramos, de 78 anos, começou a trabalhar na EFMM aos 12 anos, no chamado “trem de lastro”: locomotiva que transportava materiais como granito e madeira, que eram colocados no trilho para fornecer estabilidade.

Depois de cinco anos fechado para revitalização, o Complexo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM), em Porto Velho, foi reaberto parcialmente para visitação no dia 4 de maio. O local é tombado como Patrimônio Cultural Brasileiro desde 2006 e sua história se mistura com a do estado de RondôniaEntre os destaques históricos, estão os ferroviários, figuras icônicas e importantes para a evolução da EFMM e da capital rondoniense. 

Paulo da Costa Ramos, de 78 anos, começou a trabalhar na EFMM aos 12 anos, no chamado “trem de lastro”: locomotiva que transportava materiais como granito e madeira, que eram colocados no trilho para fornecer estabilidade. Na época, sua carteira de trabalho foi assinada pela ‘Rede Ferroviária Federal’.

Carteira de trabalho e identificação de ferroviário de Paulo da Costa. Foto: Emily Costa/g1 Rondônia

Após um grave acidente que matou dois colegas de profissão de Paulo, a estação foi desativada e ele foi transferido para o setor de “estiva”, onde ficou responsável por carregar e descarregar cargas que vinham de outros estados de caminhão e até de navio.

O ex-ferroviário conta que passou por muitos “sufocos” nos trilhos da Estrada de Ferro: em uma das viagens, sua locomotiva parou e ele passou oito dias esperando outro trem passar. Para não morrer de fome, sua única opção foi pescar em um rio próximo.

Horários dos trens de 1946 da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Foto: Emily Costa/g1 Rondônia

Seu último embarque foi como “chefe de trem” da locomotiva 4, na década de 70, semanas antes dos ferroviários serem surpreendidos com a notícia da desativação da EFMM.

Depois disso, Paulo e outros colegas de profissão foram transferidos para o quartel militar. Atualmente, ele é voluntário na administração da antiga ferrovia.

‘”Eu gastei quase toda a minha vida aqui [EFMM]. Hoje, aos 78 anos, eu tenho um maior apreço por esse local e por essas locomotivas. É o nosso legado. Meu maior sonho é que um dia ela volte a funcionar e eu ainda chegue a trabalhar nela novamente”,

relata.

*Trecho da matéria sobre a reinauguração da EFMM, realizada em 4 de maio, por Jaíne Quele Cruz e Emily Costa, do g1 Rondônia.
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