A pesquisa faz um recorte histórico, analisando as transformações ocorridas ao longo de nove décadas.
O Carnaval maranhense, conhecido por sua riqueza cultural e tradição, está prestes a ganhar novos capítulos em sua história, graças a um estudo intitulado ‘A Trama dos Tambores: Os Blocos Tradicionais no Carnaval de São Luís (1920-2019)’.
A pesquisa, realizada pelo pesquisador e historiador André Araújo de Menezes, da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), faz um recorte histórico dos blocos carnavalescos, analisando as transformações ocorridas ao longo de nove décadas, marcando um esforço significativo para resgatar e valorizar essa expressão única da cultura local.
O estudo, que contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), oferece uma visão abrangente das mudanças que moldaram os blocos tradicionais, contribuindo para a compreensão profunda das dinâmicas culturais, sociais e musicais que caracterizam essa manifestação carnavalesca.
“Acompanhamos a trajetória desta que é uma das manifestações carnavalescas mais populares em nossa cidade. A partir do estudo da bibliografia especializada, dos jornais ludovicenses e de entrevistas com destacados expoentes dessas manifestações, contamos relevante parte da história dos blocos tradicionais e do próprio Carnaval de São Luís, no decorrer do século XX. Queríamos valorizar esta manifestação, visto que há poucos registros sobre o tema”,
ressalta o pesquisador André Menezes.
O presidente da Fapema, Nordman Wall, destaca a relevância do estudo e a importância do apoio financeiro da Fundação que, seguindo orientação do governador Carlos Brandão, tem estimulado pesquisas que resgatam e preservam a cultura local. “A Fapema desempenha função importante no impulso, divulgação e valorização dessa festividade, contribuindo para o entendimento mais profundo de suas raízes históricas e culturais. Este apoio contribui para o sucesso e alcance desses estudos, ao oferecer suporte financeiro e possibilitar o estrutural. Enriquece nosso entendimento cultural e contribui para preservar e valorizar estes grupos tão emblemáticos para as festividades carnavalescas maranhenses”, ressalta.
A pesquisa mergulha nas raízes históricas dos blocos tradicionais, explorando os elementos culturais, sociais e musicais que contribuíram para a formação dessa trama rica e complexa. Abrangendo um período de quase um século, proporciona uma compreensão mais aprofundada das dinâmicas que moldaram os blocos e influenciaram o Carnaval de São Luís. Menezes destaca o papel da imprensa escrita da capital, que fomentou o discurso de ‘ressurgimento’ do Carnaval de rua de São Luís, no período e a importância para o crescimento e continuidade dos blocos.
“A imprensa trouxe o discurso de defesa do Carnaval de rua, a partir dos próprios cordões, surgidos na década de 20. Especialmente, ao pôr em evidência em suas páginas a posição social dos seus idealizadores e brincantes. Bem diferente à marginalização que era relacionada aos praticantes do entrudo e outras brincadeiras de rua anteriores. Considero que a pesquisa somou ao conhecimento que temos do nosso Carnaval e de sua trajetória. Entendo que conhecermos nossa história e cultura é essencial se queremos valorizá-la e preservá-la”, avalia o pesquisador.
O pesquisador aponta que, “o fomento da Fapema foi essencial para que o projeto de iniciação científica fosse possível, na compra de materiais, nos deslocamentos para estudo de campo e para a continuidade da minha graduação”. O trabalho segue dando origem a mais produções acadêmicas, que enriquecem cada vez mais o conhecimento sobre o Carnaval maranhense, acrescenta André Menezes.
Somado ao impacto acadêmico, estas pesquisas têm o potencial de promover a cultura local, despertando o interesse da comunidade e incentivando a participação ativa na preservação das tradições carnavalescas. “Neste sentido, o apoio da Fapema impulsiona a produção científica, fortalece os laços entre a academia e a sociedade e promove o Carnaval maranhense como patrimônio cultural a ser preservado e celebrado”, conclui Nordman Wall.