Centro cultural inaugura biblioteca dedicada à cultura afro-brasileira em Cuiabá

Afroteca disponibiliza à população mato-grossense, o acesso à pesquisas, das contribuições africanas e afrodescendentes nas diversas áreas do conhecimento

Foi inaugurada na manhã desta quarta-feira (3), a Afroteca Comunitária Carolina Maria de Jesus. A biblioteca fica localizada no Centro Cultural Casa das Pretas, Praça Conde de Azambuja, nº 25, no centro histórico de Cuiabá. O projeto consiste em compor acervo bibliográfico temático, disponibilizado para a população mato-grossense de diversas faixas etárias, que poderão realizar consultas no local para obter dados, acessarem pesquisas, conhecer e reconhecer as contribuições africanas e afrodescendentes nas diversas áreas do conhecimento. A biblioteca conta com 450 livros, nos gêneros: infantil, Infantojuvenil, adulto e pesquisa científica.

Foto: Anna Maria Moura/Coletivo Quariteré

Para Antonieta Luisa Costa, proponente do projeto, a palavra chave é representatividade. “A Afroteca é um lugar de conhecimento histórico e atual, de memórias e lutas do povo negro, onde autores e autoras negros e negras encontram morada e voz. Onde a força, a fé, a luta são contadas por nós, através dos escritos literários, da poesia, das histórias reais e/ou imaginárias. Saímos da invisibilidade e ganhamos voz. A Afroteca Comunitária Carolina Maria de Jesus é nossa casa”.

A Afroteca é a primeira biblioteca em Mato Grosso que tem no seu acervo a produção literária e científica de autoras e autores negros e outras escritoras e escritores que debatem questões étnico-raciais da população negra no Brasil. “A importância desse espaço vai além do acesso aos livros, mas também na construção da identidade da população negra do estado”, pontua Antonieta.

A biblioteca leva o nome da escritora brasileira Carolina Maria de Jesus. Carolina estudou até o segundo ano do Ensino Fundamental, onde aprendeu a escrever e ler. Seu primeiro livro, Quarto de Despejo, publicado em 1960, vendeu dez mil cópias, em quatro dias, e 100 mil cópias, em um ano. O livro relata suas vivências na favela, sobre como sobrevivia à fome com seus filhos. Tornou-se uma referência de mulher negra brasileira, chegou a lançar seus livros fora do Brasil, tendo traduções em 14 línguas. Carolina morreu em 1977, em São Paulo. 

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