Cemitério alagado, ‘casas iglu’ e outros casos curiosos em Porto Velho são relembrados por historiador

O professor Luís Henrique usa a internet para compartilhar curiosidades históricas sobre a capital rondoniense.

Avenida Sete de Setembro em Porto Velho na década de 70. Foto: Luiz Brito/Divulgação/Museu da Memória Rondoniense

O maior assalto a banco já registrado em Rondônia; a história das casas em formato de iglu e o caso do cemitério Cristo Redentor, que teve que ser fechado por constantes inundações. O que todas essas histórias tem em comum? Aconteceram em Porto Velho.

Durante o seu desenvolvimento e crescimento, a capital de Rondônia foi cenário de fatos curiosos que marcaram sua história.

E para ajudar a conhecer essas histórias, a equipe do Grupo Rede Amazônica conversou com o professor e historiador Luís Henrique, que usa a internet para compartilhar curiosidades históricas sobre o Estado.

O historiador começou a produzir os conteúdos em 2023. Segundo ele, o objetivo sempre foi escapar das narrativas “tradicionais” e contar fatos desconhecidos pela sociedade.

Cena de filme: maior assalto a banco de Rondônia 

Um evento histórico, que poderia facilmente ser enredo de filme, é o assalto ao Banco do Brasil em Porto Velho, considerado na época o maior assalto a um banco do país.

Segundo o professor Luís, em 9 de setembro de 1988, uma quadrilha especializada em roubos a bancos do Rio de Janeiro, invadiu a agência localizada na Avenida Dom Pedro, no centro da cidade.

No dia anterior ao assalto, os dois tesoureiros foram abordados por criminosos enquanto iam para casa. Ao chegar ao banco no dia seguinte, os funcionários, sob ameaça, informaram aos seguranças que os criminosos estavam com eles.

Os assaltantes renderam os seguranças e roubaram cerca de 500 milhões de cruzados, o maior valor roubado em dinheiro na época, explica o historiador.

No dia seguinte, três membros da quadrilha estavam esperando o voo no aeroporto para ir embora, quando foram reconhecidos por um funcionário do banco. Os envolvidos foram presos, mas escaparam em uma fuga em massa que aconteceu em dezembro do mesmo ano.

Casas Iglu: projeto inovador? 

Um dos vídeos que mais repercutiu nas redes sociais do professor é sobre a promessa de projeto inovador que chegou em Porto Velho na década de 80: as “casas iglus”, que, como o nome indica, possuem o formato dos abrigos construídos com blocos de neve.

De acordo com o historiador, a iniciativa inusitada foi de uma empresa que veio de fora para Porto Velho com o propósito de construir inicialmente 250 casas em formato de iglu e criar um conjunto habitacional.

No entanto, devido a vários problemas, o projeto não foi concluído. Ficaram prontas somente quatro casas que hoje estão localizadas no bairro Nova Porto Velho.

Segundo o professor, esse formato de casa já havia sido testado no Rio de Janeiro também com a intenção de criar um conjunto popular.

‘Cristo Redentor’: cemitério alagado 

Segundo o professor, em 1967, os jornais impressos da capital relatavam a superlotação no Cemitério dos Inocentes, o primeiro da cidade. Isso porque, quando ocorria a escavação para sepultamento, os ossos de outras pessoas apareciam.

Diante disso, a administração municipal decidiu construir um novo cemitério, batizado de ‘Cemitério Cristo Redentor’, localizado na atual Vila do Eletronorte, na Zona Sul de Porto Velho.

De acordo com informações do site da prefeitura, as atividades no Cemitério Cristo Redentor “tornavam-se impraticáveis durante as chuvas, devido à grande quantidade de água que invadia o terreno”.

Em 1975 foi decretada a paralisação dos cemitérios dos Inocentes e Cristo Redentor, ficando aberto apenas para visitação pública. Pouco tempo depois, cerca de 690 corpos foram exumados e transferidos para o atual Cemitério Santo Antônio.

Nos anos 80, durante a construção da Hidrelétrica de Samuel, a Vila da Eletronorte foi construída no local do antigo cemitério para abrigar os operários. 

*Por Emily Costa, do g1 Rondônia

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