O ritmo amazonense, que tem como base o saxofone e a guitarra, ganhou popularidade na década de 80.
O ritmo musical Beiradão foi reconhecido como patrimônio cultural imaterial do Amazonas, após proposição do deputado estadual Sinésio Campos (PT). O título foi oficializado por meio da lei n° 6.448 de 22 de setembro de 2023, publicada no Diário Oficial do Estado.
Nascido nos beiradões dos rios do Amazonas, o ritmo se popularizou na década de 80, principalmente, no interior da região, embalando as festividades de várias comunidades. A batida é dançante e ritmada, tendo na base de suas composições instrumentos como o saxofone e a guitarra.
Os principais expoentes dessa expressão cultural, enraizada na identidade amazônica, são Teixeira de Manaus – descoberto pelo músico paraense Pinduca –, Oseas da Guitarra, Magalhães da Guitarra, Chiquinho David e Chico Caju.
Mais apoio ao movimento
Para o jornalista e músico Paulo Moura, um dos articuladores para que o Beiradão ganhasse o título de patrimônio cultural imaterial, o reconhecimento vai assegurar mais apoio à manifestação.
“Através dessa lei, a minha luta e de tantos outros irmãos, agora, é vitória. Fica mais fácil, inclusive, de elaborar políticas públicas para o movimento”,
afirma.
Beiradão documentado
O beiradão já foi tema de diversas produções amazonense. O filme intitulado ‘O áureo da música do Beiradão nas rádios manauaras (Difusora e Rio Mar) na década de 80’ conta a história desse movimento e como o ritmo ficou tão popular no Amazonas.
Com direção do jornalista Paulo Moura, a obra já participou de exibições em eventos, com o intuito de democratizar a cultura, segundo o próprio autor.
Outra produção é do cantor e compositor Fidel Graça: ‘Beiradão – o ritmo do interior’, lançado em 2021.
E antes disso, a Cauxi Produções, em 2019, fez um documentário/web série, ‘A Poética dos Beiradões’.