Programação traz encontros online com Sofia Sahakian, Bruna Mazzotti e Beatriz Mascarenhas, enfocando temas das artes e do mundo digital
Temáticas das artes e do mundo digital estão na pauta dos bate-papos da primeira semana do “Pitiú Textual das Artes: Jovens Artistas”. Os encontros online com Sofia Sahakian, Bruna Mazzotti e Beatriz Mascarenhas serão nesta segunda-feira (29), quarta (31) e sexta (2), respectivamente, sempre às 19h. O acesso é gratuito e aberto ao público em geral, com links disponibilizados no site Pitiú Textual das Artes (medium.com/pitiutextualdasartes) e perfis no Facebook (/pitiutextual), Instagram (@pitiu_textual) e Twitter (@pitiutextual).
Abrindo a agenda de encontro, na segunda (29), a atriz, bailarina e preparadora corporal Sofia Sahakian troca ideias com os internautas sobre “Dança Improvisação”. Para Sofia, a prática, essencial na dança contemporânea, permite ao artista cênico alcançar a expressão num nível interior mais profundo. Ela cita o conceito do autor e diretor teatral italiano Eugenio Barba de espontaneidade como tradução de segurança e liberdade.
“Segurança no que temos escolhido, seja um impulso, uma imagem ou uma emotividade, e por outra parte, a liberdade de poder expressá-lo sem medo, enfrentar-nos com nossos limites mentais ou o medo ao juízo do exterior”, aponta, assinalando ainda que a espontaneidade não se opõe à técnica, que na verdade é base daquela. “Uma vez que o artista logra dominar seu instrumento – no caso, seu corpo –, pode entrar no terreno do espontâneo com maior eficácia”.
Na quarta (31), a artista visual e arte educadora Bruna Mazzotti vai promover uma livre conversa sobre configurações da performance arte no contexto da pandemia de Covid-19. “É essencial refletir sobre a presença virtual na arte da performance, na indicação e trocas de trabalhos, artistas e coletivos que trabalham o estado de presença corporal on-line – tanto hoje quanto antes do contexto pandêmico”, assinala Bruna.
Na visão de Bruna, frente à realidade de hoje, o momento exige convívio e afetuosidade para encarar um momento crucial para a existência humana. “Se a gente não focar no agora e não agir agora, pode ser que as próximas gerações nem venham a existir”, afirma. “Eu quase digo que o mundo está fadado a acabar, mas não é o mundo, é a gente, se a gente continuar se autodestruindo desse jeito”.
No último encontro da semana, na sexta (2) a atriz, roteirista, dramaturga e escritora Beatriz Mascarenhas discute produção literária e plataformas digitais a partir do tema-questão: “Como tornar a literatura mais acessível com o suporte nas redes sociais?”. Segundo ela, no mundo conectado de hoje e, principalmente, em tempos de pandemia, artistas de todas as linguagens precisam buscar formas de se adaptar.
“Temos que achar formas de nos adequar aos contextos que foram surgindo. Acredito que as redes sociais, no período que estamos vivendo e sempre, são uma forma de tornar a literatura mais acessível”, afirma ela, que teve uma iniciativa recente nesse sentido. “Para tornar a literatura mais acessível no meu Instagram, fiz uma série de minicontos on-line para o público LGBTI+, e as postagens tiveram grande alcance”.
A programação de bate-papos seguirá nas próximas semanas com os artistas Adanilo, Diego Leonardo, Dimas Mendonça, Felipe Fernandes, Isabela Catão, Keven Sobreira, Leo Scant, Marcos Telles, Miro Messa e Walter Juur.
Quem são
Bruna Mazzotti é artista visual e arte educadora. É mestranda em Poéticas Interdisciplinares pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas-Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGAV/EBA/UFRJ) e cursa especialização em Ensino de Artes Visuais pelo Colégio Pedro II. É licenciada em Artes Visuais pela Faculdade de Artes da Universidade Federal do Amazonas (Faartes/Ufam). É ainda integrante do Núcleo de Práticas Artísticas Autobiográficas da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás (NuPAA/FAV/UFG).
Nascida em Buenos Aires, na Argentina, Sofia Sahakian é atriz, bailarina e preparadora corporal. É formada na Escuela de Teatro Físico Usina 3, de Buenos Aires, e na Escola Profissional de Circo El Coreto. Cursou Licenciatura em Expressão Corporal na Universidad Nacional de Artes (UNA), na Argentina, e na Escola Técnica de Teatro Martins Penna, no Rio de Janeiro.
Beatriz Mascarenhas é atriz, roteirista, dramaturga, escritora e pesquisadora. É fundadora do Mona Coletiva das Artes, que atua com artes cênicas em Manaus, Espanha e França desde 2016. É roteirista dos Estúdios Mauricio de Sousa Produções desde 2020. Participa de antologias literárias desde 2012 e, em 2020, publicou seu primeiro livro na França e no Mali, África, o poema político “Bête”. Como atriz, já atuou em diversas peças em Manaus, como “Agreste”, “Akangatu” e “A ver estrelas”. Cursou graduação em Letras e mestrado em Literatura pela Ufam, e é graduada também em Gestão Cultural pela Aix-Marseille Université.
Projeto
O “Jovens Artistas” é um projeto online com foco em arte, formação e ideias, protagonizado por artistas de Dança, Teatro, Artes Visuais, Literatura e Performance do Amazonas. A iniciativa promovida pelo Pitiú Textual das Artes terá oficinas, bate-papos e performances em torno de temáticas e linguagens do fazer artístico contemporâneo. As atividades virtuais são gratuitas e acontecem de 29 de março a 24 de abril.
A programação completa e outras informações sobre o projeto podem ser obtidas no Pitiú Textual das Artes (medium.com/pitiutextualdasartes) e nos perfis do site no Facebook (facebook.com/pitiutextual), Instagram (instagram.com/pitiu_textual) e Twitter (twitter.com/pitiutextual).
O projeto “Pitiú Textual das Artes: Jovens Artistas” foi contemplado pelo edital emergencial Prêmio Feliciano Lana – Lei Aldir Blanc e conta com o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, e do Governo Federal, por meio da Secretaria Especial da Cultura.
Pitiú Textual
O Pitiú Textual das Artes é um site voltado à difusão de informações, ideias e experiências relacionadas aos cenários de Dança, Teatro e Performance de Manaus e de outros centros do circuito artístico brasileiro. O projeto é uma iniciativa do artista Francisco Rider e do jornalista Jony Clay Borges.