Artistas e produtores do Amazonas ‘driblam’ quarentena com conteúdo nas redes sociais

Movimento Música Viva, Batalha na Rede e playlist colaborativa buscam amenizar os impactos da pandemia ao setor cultural do Estado

Principal medida de prevenção ao novo coronavírus, o isolamento social resulta em fechamento de bares, casas de shows, museus, teatros e cinemas. A pandemia chega ao Brasil em um cenário crítico de ataque à cultura e escassez de políticas públicas voltadas ao setor. Diante dessa realidade, artistas e produtores de Manaus usam as redes sociais para fomentar produções culturais durante a quarentena.

Quarentena fez com que artistas cancelassem eventos presenciais (Foto: Divulgação)

Com o objetivo de conscientizar o público a permanecer dentro de casa e mobilizar produtores, artistas e público, o Movimento Música Viva é uma ação coletiva para fortalecer o mercado de música independente. Nascido no Rio de Janeiro, o MMV está sendo trabalhado em todas as regiões do país.

Por meio de um perfil no Instagram e de grupos de WhatsApp, profissionais da cultura se reúnem para disseminação de informações, soluções e oportunidades na área. Delegada da região Norte, a produtora cultural Audi Arruda fala da dinâmica do projeto e das ações a serem tomadas.

“Somos um grupo se mobilizando para tomar iniciativas de enfrentamento da crise cultural em todo Brasil. Há um grupo nacional com representantes de cada região pensando em orientações de interação online e negociando com marcas que podem viabilizar ajuda. No primeiro momento, a ação é divulgar o movimento e chamar pessoas de toda a região Norte. Também estamos pedindo ajuda junto aos governos, debatendo formas de como enfrentar esse momento tão caótico e de grande impacto a nossa categoria” explica a produtora.

Anne Jezine, Karen Francis e Antônio Bahia, de Manaus, além de Neuber Uchoa e Euterpe, de Boa Vista, são alguns dos artistas que já aderiram ao movimento.

 Outra iniciativa vem de uma das cenas artísticas mais articuladas da cidade. O movimento hip hop apresenta uma proposta cultural com o intuito de conscientizar sobre a importância do isolamento. Idealizado por Maykon Andrade (Bboy Mayking), da Nativos Crew Produções, o projeto Batalha na Rede promove o break dance no período de quarentena.

No Instagram da Nativos Crew Produções, serão transmitidos vídeos de 16 artistas dançando dentro de casa. A ação divulga o trabalho dos dançarinos e a prevenção à pandemia. Uma votação virtual escolherá o campeão da Batalha.

“Como a cultura hip hop prega resistência e conscientização, por que não começar uma batalha na rede, já que é grande a necessidade de continuar os treinos e eventos culturais mesmo nessa má fase que passamos? Queremos estimular que as pessoas fiquem em casa, de maneira a resguardar a vida do próximo. Ler um bom livro, pesquisar bons filmes e dançar podem ser maneiras produtivas de passar a quarentena. Afinal, quem dança seus males espanta”, brincou o produtor.

Competição será feita inteiramente pelas redes sociais (Foto: Divulgação)

Já a cantora Hêmilly Lira criou uma “playlist viva” no Spotify aceitando sugestões do público para inserir músicas autorais de artistas do Amazonas.

“Eu tive essa ideia porque, assim como outros artistas, eu também dependo da música, eu também sou uma microempreendedora, então os meus trabalhos param junto com o mercado. Diferente das grandes multinacionais a gente não tem capital de giro pra suprir ou suportar uma crise como essa”.

Hêmilly explica que a playlist visa divulgar o trabalho dos artistas e viabilizar monetização através da plataforma de streaming. Cada colaborador pode sugerir para a cantora, via Instagram ou WhatsApp, duas músicas de artistas do Amazonas. Ouça através do link: https://open.spotify.com/playlist/2WiYqzTcDWjIbBTLhRYAwz?si=LPiwvlVZRS-VUQGRkxd3PQ
“Todo mundo que coloca sua música no Spotify recebe uma porcentagem por cada play, cada download, então essa é uma iniciativa que eu queria que se divulgasse mais. Quanto mais a gente ouvir, mais a gente consegue gerar uma renda aos nossos artistas, mais a gente gera valor a nossa cultura, a nossa música, às obras daqui, feitas aqui no Amazonas” pontua a artista.
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