Coleção de 688 peças de arte indígena do Mato Grosso é doada ao Museu do Índio

As peças foram coletadas e organizadas por Sandra Wellington, que gerenciou, entre 1986 e 2006, o Memorial dos Povos Indígenas, no Distrito Federal.

O Museu do Índio (MI), órgão científico-cultural da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), recebeu a doação de uma coleção privada com 688 itens de arte indígena, oriundos, predominantemente, de povos do Parque Indígena do Xingu, no Mato GrossoAs peças foram adquiridas e organizadas por Sandra Wellington, que gerenciou, entre 1986 e 2006, o Memorial dos Povos Indígenas, no Distrito Federal.

Sua nomeação foi um reconhecimento à contribuição que deu para valorização e preservação do patrimônio cultural indígena. Nos anos em que permaneceu na gerência, Sandra Wellington transformou a instituição em uma referência da arte indígena na capital do Brasil, realizando um significativo número de exposições e eventos.

Foto: Sandra Wellington/Acervo pessoal

Em 2020, o irmão de Sandra, Nicholas Wellington, herdou a coleção e contratou uma museóloga para documentá-la e qualificá-la, tornando-a singular quando comparada a coleções particulares do mesmo gênero pertencentes a grandes museus, cuja documentação sobre os objetos é exígua.

“É uma coleção de grande valor museológico. Sua qualidade estética e documental possibilitou a organização de mostras etnográficas em importantes museus, como a exibida no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro, em 1970 e em 1972, no Palácio da Justiça, do Distrito Federal; e a exposição ‘The Art of the Brazilian Indians’, realizada no Museum of Mankind, em Londres, em 1978”, 

explica Bruno Aroni, coordenador de Patrimônio Cultural do MI.

A coleção contempla todas as categorias materiais produzidas pelos povos indígenas e representa 70 povos brasileiros. Entre as peças, há 119 adornos de materiais ecléticos, 193 cerâmicas e 82 objetos rituais, mágicos e lúdicos. Caberá ao MI o tombamento, catalogação e preservação permanente dos itens doados.

“Às vezes as pessoas acham que a cultura indígena é congelada no tempo. Na realidade ela está sempre em movimento e, por isso, sempre procuramos mostrar a riqueza e diversidade das culturas indígenas, do Brasil e de outros países, de uma forma viva e dinâmica”, comenta Sandra Wellington, num folder do Memorial dos Povos Indígenas.

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