Amazônia é tema de escolas de samba do Rio de Janeiro em 2023; Confira

Paraíso do Tuiuti escolheu explicar como os búfalos foram parar na Ilha de Marajó, no Pará; enquanto a Unidos do Porto da Pedra contou a aventura imaginária de Júlio Verne inspirada na região.

A Amazônia é um dos grandes temas que perpassam nos mais diversos âmbitos de discussão e não poderia ficar de fora também de uma das maiores festas populares brasileiras: o Carnaval. A região ganhou homenagens de duas escolas de samba do Rio de Janeiro este ano.

Confira:

Unidos do Porto da Pedra – a invenção da Amazônia

A Unidos do Porto da Pedra, escola de São Gonçalo, tem o enredo ‘A invenção da Amazônia, um delírio do imaginário de Júlio Verne’, e está na série Ouro. O francês Júlio Verne (1828-1905) nunca esteve no Brasil, mas escreveu um romance que se passa no Rio Amazonas, publicado em 1881 em formato de folhetim e livro: ‘A jangada’, inspiração para a escola este ano.

Alas e carros alegóricos foram criados repletos de elementos da Amazônia e com a mensagem de preservação da floresta. O destaque é o carro ‘Amazônia Viva, Arte, Luta e Resistência’ com a representação de grandes defensores da região, como Chico Mendes, Dorothy Stang e as mais recentes perdas Bruno Pereira e Dom Philips. A escola é uma das favoritas para levar o acesso ao Grupo Especial em 2024.

Foto: Reprodução/Facebook-G.R.E.S. Unidos do Porto da Pedra

Paraíso do Tuiuti – o búfalo de Marajó, no Pará

Paraíso do Tuiuti, escola de São Cristóvão, escolheu a história de como o búfalo foi parar na Ilha de Marajó, no Pará. Por meio do enredo, a escola exalta a cultura paraense também com o carimbó.

‘Mogangueiro da Cara Preta’

Autores: Claudio Russo, Moacyr Luz, Gustavo Clarão, Júlio Alves, Alessandro Falcão, Pier Ubertini e W Correia

Intérprete: Wander Pires

Num mar de tempestade e ventania
Foi trazendo especiarias
Que o barco naufragou
Noz-moscada, cravo, iguarias
No caminho para as índias
A história eternizou

O marinheiro se perdeu na madrugada
O mogangueiro correu para o igarapé
A curuminha entoou uma toada
Enquanto abria-se a flor do mururé
E nesse encontro entre o rio e o oceano
A grande ilha que cultiva o carimbó
Dizem que bichos ainda falam com humanos
Há muitos anos na Ilha de Marajó

Eh! batuqueiro no samba de roda, curimbó
Quero ver você cantar, como canta o curió
Okê caboclo! Onde vai a piracema?
Rio acima segue o voo de uma juriti-pepena

Há mão que modela a vida
No barro marajoara
E o búfalo que pisa
Esse chão do Parauara
Chama o Mestre Damasceno
Pra entoar esta canção
Das cantigas da vovó
Do tempo da escravidão

É lá! É lá! É lá!
Canoeiro vive só, “morená”
É lá! É lá! É lá!
Mas precisa de um xodó

Cadê o boi?
O mogangueiro, o mandigueiro de oyá
Meu Tuiuti não tem medo de careta
Traz o boi da cara preta do Estado do Pará

Vila Isabel – Círio de Nazaré e Boi-bumbá de Parintins 

A Vila Isabel foi a terceira a desfilar no segundo dia de Grupo Especial do Carnaval no Rio de Janeiro, na madrugada de terça-feira (21). O enredo é assinado pelo carnavalesco Paulo Barros e mostrou formas de celebrar a fé em 29 alas. Entre elas estava o Círio de Nazaré, que toma conta de Belém (PA) em outubro. Além disso, um carro celebrou o Festival de Parintins, no Amazonas, com esculturas gigantes dos bois Caprichoso e Garantido.

Na página oficial da escola de samba, eles justificam as escolhas: 

Em Belém do Pará, acontece o Círio de Nazaré, a maior manifestação católica do país e um dos maiores eventos sagrados do mundo! A cidade inteira é pura emoção e alegria! Milhares de pessoas querem participar da procissão e agarrar a corda utilizada para puxar a luxuosa berlinda que transporta a imagem da santa. Para os romeiros, a corda representa o elo com Nossa Senhora de Nazaré. Ao tocá-la, participam intensamente da fé do Círio de Nazaré. Símbolo da magia amazônica, o Festival de Parintins arrebata multidões e brincantes, que, ao som dos tambores e da toada, defendem as cores dos bois-bumbás. A grande manifestação folclórica brasileira envolve religiosidade e fantasia, para contar a história dos povos da floresta e as lendas do boi-bumbá. O apogeu do espetáculo é o auto da ressurreição do boi, com a intervenção do poderoso pajé. O público vibra!”

Foto: Reprodução/Carnavalesco.com

Beija-Flor – levantes populares

A escola de samba Beija-Flor lembrou os 200 anos da independência da Bahia e aproveitou para trabalhar a luta pela demarcação das terras indígenas e parte das alas homenageou os levantes populares, entre eles a cabanagem, com o tema “Orgulho cabano e identidade amazônica” e os quilombolas “Um grito de liberdade quilombola”.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Javaporcos: entenda como Roraima está atuando no controle de espécie invasora

Nos últimos anos, uma grande quantidade de javaporcos tem se espalhado por Roraima, especialmente na região central do Estado.

Leia também

Publicidade