12 patrimônios históricos e culturais tombados para conhecer em Manaus

A palavra ‘tombo’, significando ‘registro’, começou a ser empregada pelo Arquivo Nacional Português, fundado por D. Fernando, em 1375.

O tombamento é o instrumento de reconhecimento e proteção do patrimônio cultural mais conhecido, e pode ser feito pela administração federal, estadual e municipal. Em âmbito federal, o tombamento foi instituído pelo Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, o primeiro instrumento legal de proteção do Patrimônio Cultural Brasileiro e o primeiro das Américas, e cujos preceitos fundamentais se mantêm atuais e em uso até os nossos dias.

De acordo com o Decreto, o Patrimônio Cultural é definido como “um conjunto de bens móveis e imóveis existentes no País e cuja conservação é de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico”. São também sujeitos a tombamento os monumentos naturais, sítios e paisagens que importe conservar e proteger pela feição notável com que tenham sido dotados pela natureza ou criados pela indústria humana.

A palavra ‘tombo’, significando ‘registro’, começou a ser empregada pelo Arquivo Nacional Português, fundado por D. Fernando, em 1375, e originalmente instalado em uma das torres da muralha que protegia a cidade de Lisboa (Portugal). Com o passar do tempo, o local passou a ser chamado de ‘Torre do Tombo’. Ali eram guardados os livros de registros especiais ou livros do tombo. No Brasil, como uma deferência, o Decreto-Lei adotou tais expressões para que todo o bem material passível de acautelamento, por meio do ato administrativo do tombamento, seja inscrito no Livro do Tombo correspondente.

Na cidade de Manaus (AM), por exemplo, existe uma grande concentração de patrimônios históricos e culturais tombados pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Eles podem ser prédios, igrejas, cemitérios, monumentos e até mesmo relógios. Conheça 12 deles na capital do Amazonas:

Mercado Adolpho Lisboa 

O Mercado Municipal Adolpho Lisboa, um dos mais importantes centros de comercialização de produtos regionais em Manaus, foi construído no período áureo da borracha. Por ser um dos principais exemplares da arquitetura de ferro sem similar em todo mundo, foi tombado em 1º de julho de 1987 pelo Iphan. 

Sobre a bandeira do portão principal, existe uma cartela cravada com o nome Adolpho Lisboa que, na época da construção, era prefeito da cidade de Manaus. Posteriormente Lisboa deu o nome ao mercado.

Foto: Ingrid Anne/Semcom Manaus

Teatro Amazonas

Inaugurado em 1896, o Teatro Amazonas é a expressão mais significativa da riqueza da região durante o Ciclo da Borracha. A cidade era uma das mais prósperas do mundo, embalada pela riqueza advinda do látex da seringueira, produto altamente valorizado pelas indústrias europeias e americanas. Por isto, necessitava de um lugar onde pudessem se apresentar as companhias de espetáculos estrangeiras e a construção do teatro, assim, era uma exigência da época. 

O projeto arquitetônico escolhido foi o de autoria do Gabinete Português de Engenharia e Arquitetura de Lisboa e hoje é o principal patrimônio cultural arquitetônico do Amazonas, tombado como patrimônio histórico pelo Iphan em 28 de novembro de 1966.

Foto: Drance Jezus/Sejusc AM

Caixa d’água – Reservatório de Mocó

Obra em estilo neorrenascentista, a Caixa d’água – Reservatório de Mocó foi inaugurada em 1899 durante o período áureo da borracha. O reservatório que abrange uma área com cerca de mil metros quadrados foi planejado e construído com o objetivo de solucionar os problemas de abastecimento de água, que atingiam a cidade no final do século XIX. 

Destaca-se pela imponência de sua estrutura interna – toda em ferro importado da Inglaterra – que suporta dois enormes tanques metálicos, instalados no espaço superior da edificação. Tombado pelo Iphan em 13 de Março de 1995, o Reservatório do Mocó abastece ainda hoje parte da Cidade de Manaus.

Foto: Reprodução/Governo do Amazonas

Praça Dom Pedro II

Inaugurada em 1897, a Praça Dom Pedro II era inicialmente cercada de gradis, removidos em 1907 e instalados na entrada sul do Mercado Adolpho Lisboa, onde permanecem até os dias atuais. Possui um coreto em ferro, concluído em 1888, feito pela empresa inglesa Francis Morton & Cia. Limited Engineer, de Liverpool, e um chafariz também de ferro. A Praça foi construída sobre um cemitério indígena, descoberto no final do século XIX, e registrado como sítio arqueológico na década de 60 do século XX.

Foto: Reprodução/Turismo Amazonas

Relógio Municipal

Construído em 1929, sendo autor do projeto o amazonense Coriolano Durand, o Relógio Municipal possui estilo neoclássico e engrenagem de origem suíça. Nele há dois mostradores. Em um deles há a inscrição latina Vulnerant omnes, ultima necat, que significa “Todas ferem, a última mata”.

Foto: Reproduçãop/Rede Amazônia

Academia Amazonense de Letras

Fundada em 1918, a Academia Amazonense de Letras funcionou, inicialmente, no Instituto Universitário de Manaus. A doação do atual prédio ocorreu em 1935, sendo este pertencente ao repertório eclético.

Foto: Reprodução/Academia Amazonense de Letras

Instituto Benjamin Constant

Construção do final do século XIX, em estilo eclético, recebeu vários usos: palacete do Barão de São Leonardo, museu botânico, orfanato Instituto Benjamin Constant. Atualmente é unidade do Centro de Educação Tecnológica do Amazonas.

Foto: Reprodução/Ipatrimonio

Biblioteca Pública do Estado

A Biblioteca Pública do Estadoconstruída entre 1905 a 1910, em terreno onde funcionava o Estábulo Público, sofreu um incêndio em 1945, perdendo quase todo o seu acervo e a ala sul do prédio, que foi reconstruída e reaberta dois anos mais tarde. 

Foi projetada pelo arquiteto paraense José Castro de Figueiredo. Em sua arquitetura de estilo eclético, com predominância de elementos clássicos, destaca-se a escadaria interna, de ferro forjado em rendilhado, procedente de Liverpool, Inglaterra.

Foto: Ingrid Anne/Manauscult

Cemitério São João Batista

A aquisição dos primeiros terrenos iniciou-se em 1890, e o Cemitério São João Batista foi inaugurado em 1891. Em 1905 foram construídos os muros voltados para a Avenida Álvaro Botelho Maia e Rua Major Gabriel, incluindo seus portões de ferro, de origem escocesa. 

Os outros muros datam do início da década de 20 do século passado. Possui capela em estilo neogótico, inaugurada em 1906 e reformada em 1915. Está localizado na área de entorno do Reservatório do Mocó.

Foto: Reprodução/Governo do Amazonas

Centro de Artes Chaminé

No prédio funcionou a antiga estação de tratamento de esgotos, sob responsabilidade da empresa inglesa Manaos Improvements Limited Company. Sua construção foi concluída em 1910. Em 1993, tornou-se o Centro de Artes Chaminé.

Foto: Reprodução/IDD

Agência dos Correios e Telégrafos

Construído no início do século XX para abrigar a firma Marius & Levy, o prédio de estilo eclético, possui revestimento cerâmico e tijolos aparentes em todas as fachadas. A empresa de Correios e Telégrafos está no edifício desde 1921.

Foto: Reprodução/Ipatrimônio

Faculdade de Direito

Nesse prédio funcionaram o Grupo Escolar Silvério Nery e o Grupo Escolar Nilo Peçanha. A partir de 1934, instalou-se a Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais de Manaus, nome alterado para Faculdade de Direito do Amazonas em 1936, que foi transferido para o Campus Universitário, em 2004. Em estilo eclético, o segundo pavimento foi construído na reforma ocorrida entre 1936 e 1938.  

Foto: Reprodução/IDD

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