Resíduos de papel serão transformados em carvão ecológico no Amazonas

Microempreendedores do Amazonas desenvolveram um tipo de carvão ecológico a partir de resíduos de papel.
 
 
Microempreendedores do Amazonas desenvolveram um tipo de carvão ecológico a partir de resíduos de papel. O produto é fabricado através do processo de briquetagem e poderá substituir elementos poluentes como o carvão ou a lenha no mercado. A ideia também promete impulsionar a atividade de reaproveitamento de papéis descartados e agregar valor à atividade econômica de reciclagem.“Um dos nossos intuitos é diversificar ainda mais a capacidade de briquetagem de insumos que, teoricamente, não teriam serventia para a sociedade, como é o caso dos resíduos papeleiros”, revela um dos idealizadores do projeto de pesquisa, Leonardo Araújo. Ele e o sócio, João Batista, pretendem consolidar no mercado uma nova fonte de energia calorífica, mais sustentável e menos poluente. Além disso, o diferencial do projeto de pesquisa é que ele apresenta um produto sustentável que tem como base a logística reversa, com conceitos de redução, reutilização e reciclagem.
 
O estudo é desenvolvido no âmbito do Programa Sinapse da Inovação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), que visa transformar os resultados de projetos de pesquisa de universidades e instituições de ciência, tecnologia e inovação em produtos inovadores competitivos, além de fortalecer o empreendedorismo inovador.“Inicialmente, vamos atender empresas do ramo alimentício, como churrascarias e pizzarias, que usam carvão ou lenha em fornos”, diz Batista. “Também podemos atender ao mercado doméstico e, futuramente, nossa intenção é que possamos suprir a demanda de fábricas industriais”, acrescenta Araújo.
 
Como transformar briquetes em fonte de energia
 
“O briquete é uma lenha ecológica produzida a partir da compactação de diferentes tipos de papel, que é um material de celulose e menos poluente que a lenha e o carvão, por exemplo”, explica João Batista. O processo demandaria uma grande quantidade de resíduos de papel descartado para ser compactado e transformado no carvão ecológico. “O produto é menos poluente e tem um apelo econômico e ecológico maior, pois nós não usaremos mais papel para produzi-lo, mas reaproveitaremos os que forem descartados”, acrescenta.O processo de fabricação compõe-se em coleta, triagem, briquetagem, secagem e empacotamento e é dividida em três fases: a primeira, chamada de “Protótipo alfa”, é a fase na qual se realizam ajustes no desempenho dos briquetes e os efeitos que este causa sobre determinados alimentos.
 
A segunda, intitulada “Protótipo beta”, é constituída de testes de mercado em relação ao produto e, por fim, a terceira fase, denominada “Lote piloto”, que será a versão final do produto obtido a partir do retorno dos clientes, produzido em larga escala com total capacidade de fornecimento.Segundo Leonardo Araújo, restaurantes e cooperativas de catadores também aderiram a ideia e são parceiras da iniciativa. “A Fapeam é um ponto de referência em uma sociedade carente de oportunidade e o Programa Sinapse foi um grande exemplo de quantas ideias boas podem surgir se você der oportunidade, motivação e insumos para pô-las em prática. Portanto, é essencial que existam instituições, que se posicionem como força motriz de ideias inovadoras”, disse o microempreendedor.
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