Aliar o paladar para explicar Química de maneira simples e agradável e usar o Planetário para fazer os alunos embarcarem numa “viagem” ao sistema solar. Estas e outras atividades atraíram uma garotada curiosa do 6º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio na segunda edição do projeto Circuito da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC). Outras atividades também aguçaram os visitantes.
O projeto aconteceu na manhã desta sexta-feira (26), no Bosque da Ciência do Inpa, que fica localizado num fragmento de floresta em pleno centro urbano de Manaus (AM). Contou com um público de aproximadamente 150 alunos, além dos visitantes habituais do bosque.
Uma das novidades dessa edição foi o estande da Escola Estadual Maria Madalena Santana de Lima (Armando Mendes) que mostrou a preparação de sorvetes caseiros para explicar como a Química está presente em praticamente tudo ao nosso redor.
“A gente consegue aprender em sala de aula sobre a função da liga neutra e dos emulsificantes, mas o que a gente pretende aqui é explicar para as crianças do 6º ano como identificar essas e outras propriedades dentro do sorvete”, explica Douglas Mútima, aluno do 1º ano daquela escola.
Ele conta que o emulsificante serve para dar a consistência do sorvete e deixá-lo mais durinho; e a liga neutra serve para unir todos os ingredientes num só e não deixa que o sorvete derreta tão rápido, um processo conhecido como sinergia. “Mas se a gente falar o termo sinergia, eles provavelmente não vão entender”, destaca Mútima,
Para a professora responsável pelo estande, Nancy Babosa, o projeto surgiu a partir da problemática que os alunos tinham com conceitos e fórmulas. “Daí, a necessidade de trabalhar transformações e reações químicas de uma forma inovadora para fixar melhor o conhecimento”, explica a professora ao falar da ideia de fazer o sorvete, na prática, para aplicar esses conceitos. “O resultado positivo veio com as notas no final de cada bimestre”, diz.
Na opinião da coordenadora do projeto Circuito da Ciência, a bióloga Fernanda Reis, as atividades do Circuito se encaixam para todos os públicos, que variam da faixa etária dos 10 aos 18 anos. “Os jogos e as oficinas que acontecem no projeto fazem com que os alunos deixem de ter as aulas habituais em sala de aula e consigam, em um único dia, aliar entretenimento e conhecimento de uma forma leve e eficaz”.
Popularizando a Ciência
Nos estandes com trabalhos desenvolvidos pelo Inpa e por parceiros, os visitantes aprenderam a importância da preservação ambiental e os cuidados que se devem ter com a dengue, malária e leishmaniose. No Circuito também foi mostrada a preparação do cupulate (chocolate feito a partir do caroço do cupuaçu) e as químicas dos frutos amazônicos; além das curiosidades sobre os invertebrados e o peixe-boi da Amazônia.
Os estudantes ainda participaram de um “quiz” de boas práticas para baixas emissões de gases de efeito estufa, aprenderam sobre as tecnologias sociais e como fazer parte do grupo de escoteiros do Amazonas.
Para a estudante do primeiro ano de Química, Stephanie Cruz, o Circuito proporciona aos estudantes um conhecimento fora do convencional. “As matérias como biologia e química, que geralmente são uma das disciplinas mais complicadas para os alunos, no Circuito são tratadas de uma forma que atiça a criatividade da gente”, diz.
Nesta edição, participaram a Escola Estadual Inspetora Dulcinéia Varela Moura (Novo Israel), Escola Municipal Thales Silvestre (Lagoa Verde), Centro Educacional Raimundo Belo Ferreira (Cidade Nova 1) e o Programa Formando Cidadão da Polícia Militar do Amazonas (Amazonino Mendes).
São parceiros do projeto a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Serviço Social do Comércio (Sesc), Grupo de Escoteiros, Instituto Soka/Cepeam, Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), Uninorte, Escola Maria Madalena Santana de Lima e Brother’s.
Com informações do Inpa.