O estudo iniciou em 2017, com a orientação dos professores Francisca das Chagas do Amaral e Carlos Victor Lamarão, no Inpa. Lá, foram desenvolvidas as embalagens biodegradáveis de cará. Agora, durante o doutorado, a pesquisadora utiliza o tubérculo que proporciona um material resistente à umidade, comestível e com potencial de produção em larga escala para o aprimoramento das embalagens, sob orientação da professora Albejamere Pereira de Castro e colaboração dos professores Carlos Victor Lamarão Pereira e Francisca das Chagas do Amaral Souza.
“Experiências semelhantes de produção de biofilmes com mandioca e casca de banana já foram desenvolvidas. São alternativas sustentáveis ao plástico tradicional, que utiliza derivados do petróleo. O diferencial da pesquisa é a baixa concentração da fécula em relação às matérias-primas utilizadas na elaboração das embalagens biodegradáveis”, afirma a estudante.
Experiência
O estudo desenvolveu dois tipos de materiais, um no formato mais espesso e outro, em gel. “Para extrair a fécula para a elaboração dos filmes, os carás foram lavados, descascados, cortados, triturados, filtrados e submetidos à fermentação. O processo de fermentação variou entre duas e três semanas. Depois, o material foi filtrado e decantado por 48 horas e, em seguida, misturamos água, amido e glicerol, que é um agente plastificante, para a elaboração dos filmes biodegradáveis”, explicou a pesquisadora.
A orientadora do trabalho destaca o impacto da pesquisa no mundo científico. “Redução da contaminação dos plásticos sintéticos à base de petróleo, bem como valorização da agrobiodiversidade utilizando o cará (Dioscorea trífida) de forma a fomentar, ao mesmo tempo, a agricultura familiar no Estado do Amazonas”, ressalta a professora.
Ana Cecília defenderá sua tese em Agosto de 2021.