Nova exposição da Casa da Ciência do Inpa se destaca pela interatividade e sofisticação

O canto do bacurau no comecinho da noite, da coruja na copa das árvores, da chuva caindo, da vocalização da ariranha e do peixe-boi nos rios da Amazônia. Abrir uma caixa e encontrar lindas borboletas azuis, olhar para o lado e ver uma folha gigante, para o outro e encontrar uma parede em luz negra iluminado peixes típicos de águas pretas e brancas que se dividem no Encontro das Águas, um símbolo de Manaus.

Com tanta beleza, o visitante suspira e eleva os olhos para alto, e é surpreendido novamente. A mais poderosa ave de rapina de florestas úmidas neotropicais, o gavião-real, segurando uma preguiça, presa que faz parte da dieta do majestoso predador. Este é cenário da nova Casa da Ciência, dentro do Bosque da Ciência, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC), que foi reaberta ao público na última terça-feira (4).

Foto: Divulgação/Inpa

Inovadora, a exposição Tramas da Ciência encanta e acrescenta qualidade e sofisticação na forma como o Instituto leva ao grande público informação sobre a ciência desenvolvida no Inpa e na Amazônia. Interação, vivências e reflexões sobre o valor da Amazônia estão bem presentes na exposição, uma das ações do Projeto Museu na Floresta, uma parceria do Inpa com a Universidade de Quioto, patrocinado pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica).

“Hoje a gente tem um espaço bonito que vai transformar a experiência das crianças que visitam o bosque em algo rico, informativo e agradável de se ver”, diz o pesquisador do Inpa especialista em peixes Jansen Zuanon, destacando o “deslumbramento” no processo de atração de jovens talentos para a ciência, especialmente na Amazônia, região carente de cientistas.

A exposição é organizada em dez linhas narrativas, que podem ser seguidas por ícones de orientação espalhados pelo espaço. Mas é o visitante quem decide o quanto e o que quer conhecer sobre aves, peixes, mamíferos, répteis e anfíbios, insetos, plantas e interações ecológicas entre os organismos e ambientes.  É possível aprender sobre interações animais-plantas, entre animais, de gente com a floresta, do clima e ambiente, evolução, métodos científicos, água, energia e sobre a microfloresta que inclui os organismos minúsculos.

Foto: Divulgação/Inpa

“Estamos oferecendo para o visitante essa oportunidade de conhecer melhor o nosso ofício, o trabalho de pesquisa. Pode parecer que estamos falando da natureza, mas não, estamos falando da relação da natureza com a vida das pessoas”, disse a pesquisadora do Inpa e uma das curadoras da exposição Rita Mesquita.

O Museu na Floresta trouxe melhorias para várias infraestruturas do Inpa e durou cinco anos, encerrando agora em julho. “Esperamos que a Casa da Ciência dê uma grande contribuição para o conhecimento palpável e acessível à população e o legado que deixamos ao desenvolvimento da pesquisa científica na região”, disse o coordenador do projeto pelo lado japonês, Shiro Koshima, da Universidade de Quioto.

A parceria teve início com o interesse dos japoneses de apoiar o trabalho de conservação do peixe-boi, animal ameaçado pela caça excessiva, que estreia um espaço na Casa da Ciência dedicado a exposições temporárias.

“Estamos mostrando algumas características e curiosidades do animal que o visitante não tem oportunidade de ver nos tanques do Inpa, como couro do peixe-boi e objetos usados para a caça. É uma exposição temporária e também itinerante, que poderá sair daqui e até para outras cidades”, contou a pesquisadora Vera da Silva e coordenadora do Museu na Floresta no Inpa.

Nesse Dia Mundial do Meio Ambiente (5), a equipe do Portal Amazônia fez um tour no local:

Coleções

No Inpa, a Semana do Meio Ambiente veio com mais notícias boas. Na oportunidade, foi inaugurado o novo prédio do Programa de Coleções e Acervos Científicos da Inpa. O espaço 723,76m2 dedicado às coleções zoológicas foi financiado pelo Governo Federal, por meio do Projeto Grandes Vultos. Concebido na gestão passada, o prédio de um pavimento, foi preparado para receber ampliação de mais dois.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Xote, carimbó e lundu: ritmos regionais mantém força por meio de instituto no Pará

Iniciativa começou a partir da necessidade de trabalhar com os ritmos populares regionais, como o xote bragantino, retumbão, lundu e outros.

Leia também

Publicidade