Semsa investiga espécie de morcegos que atacou criança e família ribeirinha, no Amazonas

A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) está investigando qual é a espécie de morcegos hematófagos que atacou nove pessoas, sendo sete na mesma casa, na Comunidade Nova Jerusalém, no Minpidiaú, área ribeirinha de Manaus, na calha do rio Negro (a quase 80 quilômetros da capital), no último dia 13. Até o momento, nenhuma das vítimas apresentou sintomas de raiva humana.

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Nesta terça-feira (22), o Departamento de Vigilância Ambiental e Epidemiológica (Devae), da Semsa, vai enviar outra equipe composta por técnicos da Vigilância Epidemiológica e Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), além de técnicos da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), para identificar qual a espécie dos morcegos. No sábado (19), uma equipe de oito técnicos da Vigilância em Saúde realizou ação preventiva na localidade, onde as nove vítimas foram constatadas.

A secretária municipal de Saúde, em exercício, Adriana Elias, explica que a ação foi organizada após o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Amazonas (CIEVS/AM) repassar a informação de um possível caso de agressão em uma criança de dois anos, moradora da comunidade.
 

Foto: Divulgação/Semsa 

“A Semsa foi acionada e imediatamente destacou a equipe de Vigilância Epidemiológica para investigação e acompanhamento do caso, confirmando a agressão à criança e à mãe por morcego, em casa, no dia 13/1. De acordo com relatos da mãe, a criança apresentou, no dia seguinte, febre e dor abdominal. Ambas foram trazidas para Manaus e receberam soro e vacinação na Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, em Manaus”, informou a secretária.

Segundo a investigação epidemiológica, além da mãe e da criança, mais cinco pessoas da família foram agredidas na mesma casa, e outras duas pessoas na mesma comunidade, totalizando nove pessoas agredidas por morcegos.

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Os profissionais de saúde levaram, no sábado, para Manaus, mais cinco pessoas da família agredida para receberem a vacina mais o soro ou a imunoglobulina.  Até o momento, como ninguém apresentou sintomas de raiva, os casos foram caracterizados apenas como atendimento antirrábico devido à agressão por animal silvestre.

Identificação da espécie

Segundo a diretora do Devae, enfermeira Marinélia Ferreira, o trabalho de identificação da espécie dos morcegos será executado durante a noite, porque envolve captura dos animais para análise e aplicação de pasta vampiricida para eliminação de colônias remanescentes.

“Acreditamos que causas ambientais possam ter provocado a mudança de comportamento dos morcegos, que normalmente se alimentam do sangue de animais como cavalos, bois, galinhas, cães e gatos. O sangue humano é a última opção na alimentação desses indivíduos”, relata Marinélia.
 

Foto: Reprodução
Prevenção

Todos os morcegos podem carregar o vírus da raiva, e para que ocorra a transmissão é necessário o contato da saliva com o sangue. Por isso, os morcegos hematófagos, que mordem os animais, são os principais transmissores.

Desde o dia 13 de dezembro, a Prefeitura de Manaus está realizando, na zona urbana, a Campanha de Vacinação Antirrábica Animal, com a meta de vacinar 234.329 animais, sendo 170.421 cães e 63.908 gatos da zona urbana da cidade. Na zona rural, a campanha foi encerrada ainda no ano passado, com a vacinação de 12.606 animais.

O trabalho é realizado casa a casa, mas caso os tutores dos animais não estejam no momento da visita dos vacinadores, poderão procurar a vacina nos postos fixos. Um deles está instalado na própria sede do CCZ, na avenida Brasil, Compensa, zona Oeste, e o outro na unidade móvel estacionada no Shopping Phelippe Daou, na avenida Camapuã, Jorge Teixeira, zona Leste. Os dois postos fixos funcionam de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 16h30, e aos sábados, das 8h às 11h30.

Zoonose

A raiva é uma doença infecciosa viral aguda que acomete mamíferos, inclusive o homem. É considerada uma zoonose, ou seja, é uma doença que pode ser transmitida dos animais para o homem e caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda, letal em aproximadamente 100%.

É transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura, mas também pela arranhadura e/ou lambedura desses animais. A vacinação anual de cães e gatos é uma medida eficaz de prevenção da raiva nesses animais e, consequentemente, da raiva humana.

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