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Nesta terça-feira (22), o Departamento de Vigilância Ambiental e Epidemiológica (Devae), da Semsa, vai enviar outra equipe composta por técnicos da Vigilância Epidemiológica e Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), além de técnicos da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), para identificar qual a espécie dos morcegos. No sábado (19), uma equipe de oito técnicos da Vigilância em Saúde realizou ação preventiva na localidade, onde as nove vítimas foram constatadas.
A secretária municipal de Saúde, em exercício, Adriana Elias, explica que a ação foi organizada após o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Amazonas (CIEVS/AM) repassar a informação de um possível caso de agressão em uma criança de dois anos, moradora da comunidade.
“A Semsa foi acionada e imediatamente destacou a equipe de Vigilância Epidemiológica para investigação e acompanhamento do caso, confirmando a agressão à criança e à mãe por morcego, em casa, no dia 13/1. De acordo com relatos da mãe, a criança apresentou, no dia seguinte, febre e dor abdominal. Ambas foram trazidas para Manaus e receberam soro e vacinação na Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, em Manaus”, informou a secretária.
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Os profissionais de saúde levaram, no sábado, para Manaus, mais cinco pessoas da família agredida para receberem a vacina mais o soro ou a imunoglobulina. Até o momento, como ninguém apresentou sintomas de raiva, os casos foram caracterizados apenas como atendimento antirrábico devido à agressão por animal silvestre.
Identificação da espécie
“Acreditamos que causas ambientais possam ter provocado a mudança de comportamento dos morcegos, que normalmente se alimentam do sangue de animais como cavalos, bois, galinhas, cães e gatos. O sangue humano é a última opção na alimentação desses indivíduos”, relata Marinélia.
Todos os morcegos podem carregar o vírus da raiva, e para que ocorra a transmissão é necessário o contato da saliva com o sangue. Por isso, os morcegos hematófagos, que mordem os animais, são os principais transmissores.
Desde o dia 13 de dezembro, a Prefeitura de Manaus está realizando, na zona urbana, a Campanha de Vacinação Antirrábica Animal, com a meta de vacinar 234.329 animais, sendo 170.421 cães e 63.908 gatos da zona urbana da cidade. Na zona rural, a campanha foi encerrada ainda no ano passado, com a vacinação de 12.606 animais.
O trabalho é realizado casa a casa, mas caso os tutores dos animais não estejam no momento da visita dos vacinadores, poderão procurar a vacina nos postos fixos. Um deles está instalado na própria sede do CCZ, na avenida Brasil, Compensa, zona Oeste, e o outro na unidade móvel estacionada no Shopping Phelippe Daou, na avenida Camapuã, Jorge Teixeira, zona Leste. Os dois postos fixos funcionam de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 16h30, e aos sábados, das 8h às 11h30.
Zoonose
A raiva é uma doença infecciosa viral aguda que acomete mamíferos, inclusive o homem. É considerada uma zoonose, ou seja, é uma doença que pode ser transmitida dos animais para o homem e caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda, letal em aproximadamente 100%.
É transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura, mas também pela arranhadura e/ou lambedura desses animais. A vacinação anual de cães e gatos é uma medida eficaz de prevenção da raiva nesses animais e, consequentemente, da raiva humana.