O número de casos de malária, registrados no primeiro semestre deste ano, aumentou em Roraima. Um levantamento da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), obtido pelo G1 na terça-feira (2), aponta que o número já se aproxima do total notificado em todo o ano passado.
Conforme a Sesau, foram notificados 7.339 casos da doença entre janeiro e junho deste ano. Desses, 2.465 são importadas do país vizinho e 4.874 são autóctones. Em 2018 foram 10.228 casos registrados entre janeiro e dezembro.
Na capital Boa Vista, o número de casos importados cresceu 32%, passando de 1.581 em 2018, para 2.091 na primeira metade de 2019. Além da capital, houve um aumento expressivo nos municípios de São João da Baliza (737%), São Luiz (473%), Caroebe (185%) Mucajaí (107%) e Iracema (78%).
De acordo com a Sesau, o crescimento nessas regiões ocorre devido ao aumento da transmissão da doença em garimpos ilegais nas terras indígenas Yanomami. Já o registro da malária na capital se deve principalmente a notificação de brasileiros que trabalham em garimpos na Venezuela.
Por outro lado, os casos de malária importadas da Venezuela diminuíram 99,6%, em Pacaraima, cidade ao Norte de Roraima que faz fronteira com o país vizinho. Outro município que apresentou redução foi o Uiramutã, que caiu de 9 casos para 1.
O levantamento revelou ainda que a doença atingiu mais de 70% dos homens em quatro dos quinze municípios do estado, sendo os jovens com idades entre 20 e 29 anos o mais afetados.
Apesar do número significativo, houve uma redução da malária importada em 2019 em relação a todo o ano de 2018. Com isso, as notificações importadas caíram de 3.364 para 2.467.
A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários, transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles. Apresenta cura se for tratada em tempo oportuno e adequadamente. No entanto, um tratamento tardio ou deficiente pode levar à morte.
Sintomas
Infectados com malária têm como sintomas febre alta, calafrios, tremores, sudorese (suor) e dor de cabeça, que podem ocorrer de forma cíclica. Muitas pessoas, antes de apresentarem esses sintomas mais característicos, têm náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite.