“O governo está atuando de forma mais abrangente e a prefeitura está fornecendo o café da manhã. Também houve aportes do Governo Federal e estão sendo realizadas articulações para a chegada de mais recursos”, informou o governo acrescentando que o Centro também recebe constantemente doações da sociedade.
Atualmente o abrigo funciona em um ginásio no bairro Pintolândia. No local estão abrigados 147 venezuelanos, sendo destes 102 indígenas. Do total, 36 são crianças.
Em contato com a Prefeitura de Boa Vista, o G1 RR foi informado que o município continuará fornecendo o café da manhã ‘enquanto a capacidade financeira permitir’.
Indígenas venezuelanos
Maioria entre os abrigados do centro, os indígenas venezuelanos costumavam dormir em feiras e na rodoviária da capital roraimense. A intenção do governo do estado é evitar que eles voltem a viver nas ruas ou a pedir dinheiro nos semáforos.
Fronteira
A fronteira entre Brasil e Venezuela fica ao Norte de Roraima e, desde o agravamento da crise econômica venezuelana, o estado vive uma constante onda de imigração considerada histórica.
O tráfego entre os dois países é praticamente livre. No final do ano passado, no entanto, o acesso foi fechado por ordem do presidente venezuelano Nicolás Maduro no intuito de combater as máfias que fazem contrabando de bolívares [moeda local].
Com o bloqueio da estrada que liga os dois países, centenas de pessoas cruzaram a fronteira a pé de forma clandestina, tanto para comprar comida em Pacaraima, cidade brasileira, quanto para fugir da Venezuela. A fronteira foi reaberta em 7 de janeiro deste ano.
Além de buscarem postos formais de trabalho em Roraima, muitos imigrantes sobrevivem de trabalhos informais ou até pedindo esmolas. Alguns vêm apenas em busca de tratamento médico, o que levou o governo a decretar estado de emergência na Saúde.