Rondônia: Por falta de leitos, pacientes são transferidos para Curitiba

Mesmo assim, taxa de ocupação na UPA Sul continua alta e situação na ainda é crítica

Oito pacientes que aguardavam na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Sul por vagas em leitos clínicos do Estado foram transferidos, nesta segunda-feira (25), para Curitiba, no Paraná. Dois deles são do município de Nova Mamoré. As transferências foram realizadas a pedido da Prefeitura de Porto Velho ao Governo de Rondônia que, devido a falta de vagas nas redes municipal e estadual, viabilizou o transporte junto ao Ministério da Saúde.

Os transferidos são pacientes que necessitam de leito em enfermarias, ou seja, apresentam um quadro menos grave da Covid-19. Segundo, a secretária da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), Eliana Pasini, as transferências ajudarão a liberar novos leitos, mas não resolve o problema, vez que ainda há muitos pacientes dando entrada na unidade.

Foto: Divulgação/Prefeitura de Porto Velho

“Infelizmente, temos recebido mais pacientes do que conseguimos transferir. Quando o Estado abre uma vaga já temos três pessoas esperando para serem internadas”, informou a secretária.

Em coletiva de imprensa no último sábado (25), o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, declarou que o município entrou em colapso. Na ocasião, todos os 23 leitos da UPA Sul, unidade referência no atendimento de casos moderados e graves da doença, estavam ocupados e pacientes estavam sendo atendido nos corredores. Desse total, 13 pacientes aguardavam por vagas em leitos clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) gerenciados pelo Governo de Rondônia, que também apresenta taxa máxima de ocupação em sua rede.

Na UPA Leste, na ala onde são colocados em observação os pacientes com suspeita de coronavírus, havia somente uma vaga para quatro pacientes na manhã desta segunda-feira (25). Na UPA Sul todos os leitos se mantiveram ocupados durante todo o final de semana, com a mesma situação registrada neste início de semana.

Durante todo o final de semana, equipes da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) e Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) trabalharam de forma integrada em busca de uma resolução rápida para a falta de vagas e assim salvar vidas. As tratativas sobre as transferências tiveram início ainda no domingo (24).

Para dar suporte à UPA Sul, a Semusa abriu leitos de retaguarda em outras unidades como UPA Leste e Policlínicas Ana Adelaide e José Adelino. No entanto, devido ao tamanho das unidades e também por atenderem outras doenças, o número de vagas para a Covid-19 é limitado e está lotado.

Para o prefeito Hildon Chaves, o aumento de casos e, consequentemente de agravamentos, é consequência das aglomerações e falta de cuidado da população. “Após as festas de fim de ano, os casos começaram a aumentar consideravelmente e chegamos a ponto de não termos mais leitos para as pessoas doentes com a Covid-19”, acrescentou.

No domingo (24), Porto Velho registrou 294 novos casos da doença, elevando para 47.527 o número total de contaminados. Os óbitos também se mantiveram altos. São 85 somente em janeiro, média de quase quatro mortes diárias em decorrência do coronavírus.

A secretária Eliana Pasini enfatiza que somente com o cumprimento das medidas de isolamento social e higiene será possível mudar essa realidade. “Pedimos que a população mantenha os cuidados de prevenção usando máscaras, higienizando as mãos e objetos com álcool 70° ou com água e sabão e, principalmente, respeitando o distanciamento social”, alertou. 

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