Rios paraenses terão segurança reforçada pelo aumento de visitantes durante o verão

A ilha do Marajó, assim como outras cidades litorâneas, costuma receber um fluxo de visitantes muito grande para aproveitar o verão amazônico, durante o mês de julho. Soure e Salvaterra, por exemplo, devem ser os destinos mais procurados. De acordo com dados da Companhia de Portos e Hidrovias do Pará, aproximadamente 140 mil usuários devem passar pelo terminal hidroviário no mês das férias escolares, o que indica uma movimentação de, em média, 5 mil passageiros por dia e 35 mil por semana.

Para acompanhar o crescente fluxo das embarcações que fazem o transporte de pessoas neste período, a Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup) reforçou o policiamento nas principais rotas aquáticas, a fim de combater os assaltos às tripulações e a passageiros. 

Mais de 40 embarcações, entre lanchas e barcos, do Grupamento Fluvial de Segurança Pública (GFlu), vinculado a Segup, estão sendo empregadas, principalmente, nas localidades mais críticas, onde a geografia do local favorece a atuação de grupos criminosos na prática de assaltos, conhecidos como “ratos d’água” ou “piratas”.

Foto: Elielson Modesto/Ascom Segup

Na capital, o grupamento também realiza o trabalho preventivo próximo aos terminais fluviais, e em caso de algum risco de segurança na navegação, atuam junto com a Capitania dos Portos para realizar os procedimentos cabíveis. Servidores do sistema de segurança também dão orientações aos passageiros e disponibilizam um canal de comunicação para qualquer necessidade. Ao todo, aproximadamente 190 agentes de segurança pública, entre policiais civis e militares, trabalham com ações de prevenção e ostensividade.

Para a população, a presença da polícia é fundamental para evitar que crimes aconteçam. Josemar Anjos é morador do bairro do Tapanã, em Belém, e aos finais de semana trabalha como vendedor ambulante na praia do Caripi, no município de Barcarena. Com a rotina entre as duas cidades, ele já observou alguns momentos suspeitos e afirma que a presença da polícia é importante para evitar que os passageiros sejam vitimas.

“Muitos, assim como eu, estão viajando a trabalho, outros vêm receber dinheiro, outros a lazer, então a bandidagem já vem em busca disso. É muito importante o trabalho que a polícia vem fazendo. Dando segurança para as pessoas que precisam viajar de barco”, ressaltou.

Ainda como forma de aumentar a segurança neste período de férias escolares, uma lancha foi entregue, na última sexta-feira, 5, ao Comando de Policiamento Regional III, da Polícia Militar, para uso no distrito de Algodoal, pertencente ao município de Maracanã. A lancha tipo voadeira possui motor 60HP, e é caracterizada para a utilização do sistema de segurança pública. A embarcação ficará disponível para a PM, podendo ser usada, ainda, pela Polícia Civil ou pelo Corpo de Bombeiros Militares, caso necessário.

Com a entrega do equipamento, o policiamento no local será reforçado e o deslocamento da tropa, bem como a de pessoas detidas, ocorrerá com mais facilidade e segurança.

Entre os investimentos previstos ainda para o Gflu, estão as implantações de bases fluviais integradas em várias regiões estratégicas, com destaque para a base de Antônio Lemos, em Breves, e a modernização da frota de embarcações com a aquisição de novos motores e equipamentos, além de capacitação de policiais com cursos específicos para atuação na área fluvial.

“O Pará é um Estado com dimensões continentais e possui a peculiaridade de ser rodeado por rios, então não existe como fazer a segurança pública sem levar em consideração essas características territoriais. Estamos atuando fortemente na prevenção e realizando também diligências e prisões para que crimes no meio aquático não mais aconteçam, e a sociedade possa se locomover com segurança e tranquilidade. Da mesma forma, pedimos a colaboração da população para combater o crime, por meio do Disque Denúncia 181, pois em diversas localidades os bandidos utilizam do conhecimento que possuem dos furos, por serem moradores da área, para criar rotas de fuga”, ressaltou o diretor do Gflu, delegado Arthur Braga.

Janeiro a maio sem nenhuma ocorrência registrada

Nos cinco primeiros meses do ano, foram realizadas 24 operações, sendo 18 operacionais, cinco de caráter social e uma ambiental, o que representa um aumento de 50% em relação ao mesmo período de 2018, o que resultou em 21 prisões, sendo 10 cumprimentos de mandados de prisão, que vão de homicídio a roubo de embarcações, onde foi preso, por exemplo, em Breves, Taizo Pena Rodrigues, considerado o principal responsável por roubo a embarcações na região de Breves, Melgaço e Gurupá. Com a prisão do líder do grupo criminoso, houve redução de 100% no número de assaltos a transportes fluviais de passageiros e cargas, no período de janeiro a maio deste ano.

Em outra abordagem, uma adolescente que estava submetida a cárcere privado foi salva pela polícia. Nas operações também foram apreendidas 15 armas de fogo, sendo 2 armas caseiras, 11 embarcações, 5 motores de embarcações, 2 toneladas de peixes, 38 papelotes de drogas, 3 celulares, além de 675 m3 de madeira.

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Natural da cidade de Ponta de Pedras, na Ilha do Marajó, ele era conhecido como o roqueiro mais antigo do Brasil.

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