Rio Juruá sobe e ultrapassa cota de alerta no Acre e no Amazonas

O inverno amazônico mal começou e os efeitos das chuvas já são sentidos nos rios de cabeceira da Bacia Amazônica. É o caso do Rio Juruá, entre os estados do Acre e Amazonas. As cidades da calha estão em processo natural de enchente, mas a região ultrapassou a cota de alerta e apresenta um volume de chuvas acima da média para o período.

No município acreano de Cruzeiro do Sul, o nível do rio apresentou a marca de 12,22 metros (m) nesta segunda-feira, (9). Isso significa que a cota de alerta, que é de 11,80 m, foi ultrapassada. A medição é realizada diariamente pelo Corpo de Bombeiros, que segue monitorando a situação.

As famílias que residem em áreas alagadiças só são atingidas e removidas do local quando o manancial atinge a sua cota de transbordamento, que é de 13 m. Defesa Civil do Acre vai realizar visitas aos bairros atingidos pelas águas do Juruá.

“Faremos a primeira visita nos bairros afetados para verificar a situação dos moradores. Se o rio continuar subindo, nesta semana teremos que remover famílias das áreas alagadas”, explicou o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Marcelo Araújo.

De acordo com o Plano de Contingência de Cruzeiro do Sul, em caso de alagação do Rio Juruá as primeiras 30 famílias afetadas sairão de suas residências e passarão a receber o benefício do aluguel social.

Foto: Onofre Brito/Secom
Rio acima, a Defesa Civil do Amazonas colocou a calha em ‘situação de alerta’, nesta terça-feira (10). O boletim foi emitido para os para os municípios de Guajará, Juruá, Eirunepé, Itamarati, Ipixuna, Envira e Cararuari.Em Guajará, cidade referência para os demais municípios da calha do Juruá no Amazonas, a cota de alerta é de 12,10 m. Nesta terça-feira, o nível do rio registrou 12, 31m, ultrapassando 21 centímetros. A maior enchente registrada neste município foi em 2013, atingindo a máxima de 13,52m. 

“Neste momento, estamos orientando as prefeituras da calha do Juruá, quanto situação climatológica nessa região. As cidades devem ainda, apresentar o plano de contingência, que compreende o levantamento de pessoas que podem ser afetadas e possíveis danos, uma vez que o executivo municipal é o responsável pela primeira resposta ao desastre”, informou o secretário-executivo do órgão, coronel Fernando Pires Júnior.

Previsões

As previsões meteorológicas para a região, conforme o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), apresentam chuvas acima do padrão climatológico para o período nesta calha. Segundo o Centro de Monitoramento e Alerta (Cemoa), devido às características físicas do rio naquela região, que apresenta leito estreito, o aumento de chuvas, pode, ocasionalmente provocar enxurradas bruscas. O centro informa ainda que, no ciclo natural de enchente no Amazonas, a região do Juruá é sempre a primeira afetada. As demais calhas seguem dentro da normalidade.

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