Relatório da Fiocruz e da FGV alerta para avanço do coronavírus em comunidades indígenas

Em carta dirigida ao Conselho da Fiocruz, os pesquisadores reforçam ainda que a vulnerabilidade dos povos indígenas a essa pandemia demanda medidas urgentes e prioritárias.

Um relatório elaborado pela Fiocruz e a Fundação Getúlio Vargas revela que a interiorização do novo coronavírus terá como reflexo um aumento expressivo dos casos de Covid-19 entre a população indígena, considerada mais vulnerável ao contágio.

No documento, os pesquisadores detalharam os desafios impostos frente ao risco da disseminação do vírus nas aldeias.

Povo Khĩsêtjê comemorou 20 anos da demarcação da Terra Indígena Wawi. (Foto:Divulgação/Instituto Socioambiental)

Em carta anexada ao relatório, e endereçada ao Conselho Deliberativo da Fundação Oswaldo Cruz, o grupo alerta que o rápido avanço no número de casos entre os brasileiros e a interiorização do vírus, esperada para as próximas semanas, deverá causar impactos nas comunidades indígenas.

O relatório, o primeiro de uma série que pretende acompanhar a curva de contágio do coronavírus, identificou as regiões do país mais vulneráveis.

A pesquisadora Cláudia Codeço, do Programa de Computação Científicada Fiocruz, explica que as análises têm como base a distribuição geográfica nos municípios, classificados de acordo com os níveis de probabilidade de serem alcançados pela pandemia.

Também foram descritos fatores socioeconômicos e demográficos relacionados à ocorrência de Covid-19 em terras indígenas. Cláudia Codeço destaca os principais resultados do estudo.

A pesquisadora ressalta que a principal conclusão do relatório é que os protocolos de prevenção ao coronavírus devem levar em conta as diferentes realidades da população indígena.

Na carta dirigida ao Conselho da Fiocruz, os pesquisadores reforçam ainda que a vulnerabilidade dos povos indígenas a essa pandemia demanda medidas urgentes e prioritárias.

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