Em carta dirigida ao Conselho da Fiocruz, os pesquisadores reforçam ainda que a vulnerabilidade dos povos indígenas a essa pandemia demanda medidas urgentes e prioritárias.
Um relatório elaborado pela Fiocruz e a Fundação Getúlio Vargas revela que a interiorização do novo coronavírus terá como reflexo um aumento expressivo dos casos de Covid-19 entre a população indígena, considerada mais vulnerável ao contágio.
No documento, os pesquisadores detalharam os desafios impostos frente ao risco da disseminação do vírus nas aldeias.
Em carta anexada ao relatório, e endereçada ao Conselho Deliberativo da Fundação Oswaldo Cruz, o grupo alerta que o rápido avanço no número de casos entre os brasileiros e a interiorização do vírus, esperada para as próximas semanas, deverá causar impactos nas comunidades indígenas.
O relatório, o primeiro de uma série que pretende acompanhar a curva de contágio do coronavírus, identificou as regiões do país mais vulneráveis.
A pesquisadora Cláudia Codeço, do Programa de Computação Científicada Fiocruz, explica que as análises têm como base a distribuição geográfica nos municípios, classificados de acordo com os níveis de probabilidade de serem alcançados pela pandemia.
Também foram descritos fatores socioeconômicos e demográficos relacionados à ocorrência de Covid-19 em terras indígenas. Cláudia Codeço destaca os principais resultados do estudo.
A pesquisadora ressalta que a principal conclusão do relatório é que os protocolos de prevenção ao coronavírus devem levar em conta as diferentes realidades da população indígena.
Na carta dirigida ao Conselho da Fiocruz, os pesquisadores reforçam ainda que a vulnerabilidade dos povos indígenas a essa pandemia demanda medidas urgentes e prioritárias.