Com frentes de trabalho no local da ponte Rio Moju e em mais dois estados brasileiros – onde estão sendo pré-fabricadas partes da estrutura – o governo do Estado do Pará faz esforço contínuo para devolver, ainda este ano, o tráfego de veículos a toda extensão da Alça Viária, principal artéria rodoviária do Norte do Brasil, integrando a Região Metropolitana de Belém (RMB) ao sul e sudeste do Pará.
Neste sábado (6), completa três meses do desabamento do trecho central da ponte, após com choque de uma embarcação no mês de abril passado.
A obra encontra-se no estágio de fundação do mastro, com cravação de estacas, que sustentará o novo trecho estaiado da ponte Rio Moju, que está sendo reconstruída em uma força-tarefa, que enfrentou dificuldades para remover do fundo do rio destroços e escombros da área de construção.
A Secretaria de Estado de Transporte (Setran) deverá concluir, no próximo dia 15, a primeira etapa do novo trecho da ponte Rio Moju, que consiste na cravação das estacas do núcleo central do mastro, que atingiu profundidades de até 50m do solo.
Serão 21 estacas verticais com 1,5m de diâmetro, em aço, com parede de 12,5mm, que formarão o apoio central do mastro da ponte, que está sendo reconstruída com dois vãos de navegação ampliados de 134m cada um, ambos suportados por cabos-estais. Esse novo sistema estrutural garantirá a boa qualidade da navegação na região, com mínimo risco de impacto de balsas. Sete estacas já foram cravadas a uma profundidade de 50 metros do solo. As demais devem ser colocadas nos próximos dez dias.
Segundo o secretário de Estado de Transportes, Padua Andrade, cada estrutura é cravada e, posteriormente, testada, utilizando PDA, que determina a qualidade da cravação e a capacidade resistente de cada estaca, garantindo a segurança da obra. “Nossa previsão é concluir a cravação até o próximo dia 15, quando começa o trabalho da forma do bloco, que é a segunda parte da construção da ponte in loco”, explicou.
Fase
A terceira etapa é a montagem do tabuleiro (base que sustenta a pista da ponte), que está sendo pré-fabricado em Fortaleza (CE) e deverá começar a chegar ao Moju no final de julho. A estrutura foi idealizada em partes metálicas (módulos de 12m de comprimento) e deverá ser transportada até o canteiro de obras da ponte, onde deverão ser montados com parafusos para posterior içamento até sua posição definitiva.
Para dar agilidade à construção, a Setran baseou seu sistema construtivo em dois eixos de ações: pré-fabricação da pista – parte do mastro e a construção, in loco, da fundação – pilares, ou seja, partes da nova ponte chegarão prontas e testadas para serem apenas montadas no vão central do rio Moju.
As defensas (dolfins) de proteção dos pilares centrais – do novo mastro da ponte e dos laterais ao vão de navegação (P6 e P11), estão sendo testados, desde o início desta semana, em São Paulo, para certificação da qualidade e início da fabricação ainda este mês. Os cabos-estais também estão sendo produzidos em São Paulo e devem chegar a obra em meados de agosto.
Remoção
Paralela à obra de reconstrução do novo trecho da ponte Rio Moju, a Secretaria de Estado de Transportes continua com a retirada dos 268 metros de escombros e dos destroços da balsa e do empurrador do fundo do rio. Da área onde está sendo construído o novo mastro, já foram retiradas mais de 30 toneladas e ainda a embarcação causadora do acidente. Para a operação, foi necessário cortar o tabuleiro danificado para ser içado junto com a balsa e empurrador, atividade de grande risco, mas já concluída.
As equipes continuarão com trabalho de remoção dos escombros que somam, ao todo, 268m, com peso de 12 toneladas por metro. Esse material está sendo fragmentado para ser removido em pedaços. Posteriormente, as lajes de concreto serão trituradas em partes menores, para aproveitamento em leito de rodovias na região.
Travessia
Para agilizar o escoamento da produção no Estado do Pará, a Setran disponibilizou, de forma gratuita, o serviço de travessia por balsa para caminhões e ambulâncias. Por determinação da Marinha, estão sendo realizadas viagens de 8h às 18h, cerca de 8 por dia. A intenção é ampliar o serviço para 24 horas, com novas balsas, inclusive para carros de passeio, desafogando a concentração nos portos do Arapari e da Bernardo Sayão.
Para acompanhamento público dos serviços de engenharia que estão ocorrendo no Moju, o governo do Estado instalou câmeras de monitoração continuada, com visão de toda a travessia, dando transparência necessária das ações em andamento. Inicialmente, são dez equipamentos, sete já instalados.