Quarenta presos são encontrados mortos dentro de presídios do Amazonas, diz Seap

Quarenta presos foram encontrados mortos dentro de penitenciárias de Manaus nesta segunda-feira (27), afirmou a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). No começo da tarde, o governo do Estado havia informado que eram 42. O caso aconteceu logo após uma rebelião que deixou 15 detentos mortos no Compaj neste domingo (26).

Foto: Ive Rylo/Rede Amazônica

A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) informou que as mortes, todas com indício de asfixia, ocorreram nas seguintes unidades: Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM 1), Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e Unidade Prisional do Puraquequara (UPP).

A Seap já iniciou investigações para identificar os responsáveis pela ocorrência de domingo. As mesmas medidas serão tomadas em relação às mortes registradas nesta segunda-feira. Os resultados destas apurações serão encaminhados à Justiça. A secretaria também vai adotar medidas disciplinares nos presídios, a exemplo do que já fez no Compaj.

Posicionamento

Em nota, o governo do Amazonas informou que o governador Wilson Lima conversou na tarde desta segunda com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.

“Acabei de falar com o ministro Sérgio Moro, que já está mandando uma equipe de intervenção prisional para o Estado do Amazonas, para que possa nos ajudar neste momento de crise e um problema que é nacional: o problema dos presídios. A qualquer momento a equipe de intervenção do Ministério da Justiça desembarca no Estado para nos ajudar”, afirmou Wilson Lima no comunicado.

Apoio

O Ministério da Justiça informou nesta segunda-feira (27) que enviará ao Amazonas integrantes da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária.

Conforme o governo federal, a força-tarefa atua quando há crise no sistema penitenciário com o objetivo de “controlar distúrbios e resolver outros problemas”.

Os integrantes que participarem da operação no Amazonas, acrescentou o Ministério da Justiça, deverão “obedecer o planejamento definido pelos entes envolvidos”.

Organização

O Departamento de Polícia Técnico-Científica do Amazonas (DPTC) montou uma força-tarefa entre peritos e servidores do Instituto Médico Legal (IML) para identificar todos os detentos que foram mortos em presídios da capital entre o domingo (26) e esta segunda-feira (27). A medida objetiva dar mais rapidez ao processo de liberação de corpos para os familiares.

Foto: Reprodução/Rede Amazônica

De acordo com o diretor do DPTC, Lin Hung Cha, dos 15 detentos que foram mortos nas unidades prisionais ontem, oito já foram liberados para as famílias. Outros sete aguardam resultado exame papiloscópico para liberação.

Os corpos de todos os mortos nas unidades prisionais, na tarde desta segunda-feira, chegaram ao IML. “Hoje nós vamos reunir um membro de cada família dos detentos no auditório. Lá vamos fazer o levantamento de todos os dados e liberar as famílias. Vamos começar o processo de identificação e acionar as famílias por meio do telefone, assim que os corpos foram identificados”, informou.

O diretor disse, ainda, que os corpos dos detentos vão ficar em uma câmara frigorífica cedida pela Secretaria de Segurança Pública. “As identificações serão realizadas durante toda a semana, assim como todo o apoio psicossocial está sendo oferecido aos familiares dos detentos. Nossos servidores vão trabalhar dia e noite até finalizar os trabalhos de identificação”, afirmou Lin Hung Cha.

Massacre em 2017

Em janeiro de 2017, Complexo Anísio Jobim (Compaj) registrou rebelião que resultou na morte de 56 pessoas em janeiro de 2017. Na ocasião, a rebelião durou mais de 17 horas e foi considerado pelo secretário como “o maior massacre do sistema prisional” do Estado.

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