No programa, agentes comunitários são capacitados a dar assistência integral em saúde e educação a crianças de 0 a 6 que vivem em comunidades ribeirinhas e indígenas, geralmente sob escassez de serviços básicos devido à distância geográfica. “Esse prêmio é uma conquista muito importante para a FAS. Dar visibilidade para a nossa gente, para o nosso trabalho de cuidar das pessoas que cuidam da floresta, de cuidar das nossas crianças ribeirinhas, é motivo de orgulho”, resumiu Anderson Mattos, gerente do Programa de Educação, Saúde e Cidadania da FAS e quem foi o representante do PIR no prêmio.
A fase da primeira infância, de 0 a 6, é a mais importante para a formação das estruturas física e psíquica do ser humano, quando aspectos como cognição e sociabilidade são estruturados. A coordenadora do PIR, Franci Lima, falou com orgulho da conquista alcançada. “O grande vencedor é a primeira infância, que está sendo premiada de Norte a Sul do país. O nosso PIR continuará transformando vidas e contribuindo para uma infância digna e com valor”, ressaltou.
Atualmente, o PIR beneficia mais de 10,7 mil crianças moradoras de comunidades nos municípios de Maraã, Novo Aripuanã, Itapiranga, Tefé e Uarini, e cerca de 308 agentes comunitários foram capacitados desde então. “Os agentes comunitários são os olhos da saúde nessas comunidades, atuam em campanhas de vacinação, estão dentro da casa das pessoas lidando com a saúde delas. O prêmio prova o quanto a metodologia da FAS impacta positivamente nos locais onde atuamos, levando melhoria na organização do sistema de saúde local e na sistematização das visitas domiciliares”, ressaltou Franci Lima.
Infância Ribeirinha
Para capacitar os agentes comunitários a prestar atendimento em saúde e educação ao público ribeirinho de 0 a 6 anos é usada uma metodologia própria do PIR inspirada em políticas do Ministério da Saúde relacionadas à primeira infância e adaptada ao contexto e à realidade ribeirinha. Além disso, no programa também é usado um aplicativo mobile desenvolvido pela Samsung e pelo Instituto de Tecnologia do Norte (ITN), que reúne, num só lugar, todo o conteúdo necessário ao atendimento, desde um guia de visitação domiciliar até informativos e metodologias.
Desde a gestação do bebê até o nascimento, o apoio às mães, amamentação, cuidados com água e higiene pessoal, dicas para evitar acidentes domésticos, prevenção a doenças, relacionamento familiar, desenvolvimento da cognição, e outros, estão contemplados na PIR. “Investir em crianças é investir no futuro da Amazônia. O PIR é fundamental para levar educação e saúde na fase mais crítica da vida, que é o período de 0 a 6, onde toda a capacidade de raciocínio e inteligência cognitiva é formada. Serão essas crianças que no futuro estarão tomando decisões fundamentais para o futuro da Amazônia”, ressaltou o superintendente-geral da FAS, Virgílio Viana.
Sobre o prêmio
Realizado a cada dois anos desde 2001, o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social tem o objetivo de identificar, certificar, premiar e difundir tecnologias sociais já aplicadas e que proponham soluções de problemas relativos à educação, saúde, meio ambiente, energia, habitação, recursos hídricos e renda em todo o país. Podem participar instituições de direito público ou privado sem fins lucrativos.
Em nove edições, mais de 7 mil iniciativas se inscreveram e mais de R$ 4,1 milhões foram concedidos em prêmios aos vencedores para aprimoramento das tecnologias sociais. As iniciativas inscritas, além de já serem reconhecidas como tecnologias sociais pela FBB, passam a fazer parte de um banco de dados composta por 1110 instituições. Neste ano 24 tecnologias sociais concorreram ao prêmio em oito categorias: inovação digital, educação, geração de renda, meio ambiente, gestão comunitária, mulheres na agroecologia, primeira infância e categoria internacional.
Sobre a FAS
A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) é uma organização brasileira sem fins lucrativos e sem vínculos político-partidários que tem por missão fazer a floresta valer mais em pé do que derrubada, promovendo ações de desenvolvimento sustentável e de melhoria de qualidade de vida dos povos que vivem na floresta. Por meio de programas e projetos, a FAS impacta a vida de cerca de 40 mil pessoas em 16 Unidades de Conservação do Estado, em cooperação com a Sema e apoio do Fundo Amazônia/BNDES, Samsung, Bradesco e Coca-Cola Brasil.