Presos envolvidos em rebeliões em Roraima e Rondônia serão transferidos

  

Penitenciária de Roraima. Foto: Reprodução/Google Maps

Rebeliões orquestradas por grupos criminosos eclodiram em presídios dos estados de Roraima e Rondônia nas últimas 24 horas deixando 18 mortos. A Secretaria de Estado da Justiça de Rondônia (Sejus-RO) informou que 96 presos envolvidos na ação foram transferidos. Há três meses detentos do sistema prisional de Roraima também foram separados porque estavam sob ameaça. “Os detentos já haviam relatado sobre ameaças de morte por parte de outros presidiários. Os presos fariam parte do Comando Vermelho e tinham medo de serem mortos. Ao todo, 110 presos foram separados e colocados em blocos diferentes da penitenciária”, disse o secretário de Justiça e Cidadania de Roraima, Uziel Castro.

A primeira rebelião, aconteceu na manhã deste domingo (16), na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista. Cerca de 100 familiares de detentos foram mantidos reféns por cinco horas e 10 presos foram mortos. Na manhã desta segunda-feira (17), na Penitenciária Estadual Ênio dos Santos Pinheiro, em Porto Velho, um incêndio matou oito detentos por asfixia. Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania de Roraima (Sejuc-RR), as ações foram ordenadas pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital, conhecida pela sigla PCC, que estaria em guerra com outra facção, conhecida como Comando Vermelho.

“De acordo com informações do serviço de inteligência do sistema prisional as ordens de matar os detentos partiram do PCC, que desejava matar membros da facção Comando Vermelho. Outras cidades do Brasil também passaram nos últimos meses por rebeliões com motivações parecidas”, explica o secretário de Justiça e Cidadania de Roraima, Uziel Castro.

“Eles esperaram chegar o domingo, durante o período de visita familiares, para iniciar a rebelião e entraram no bloco dos membros do Comando Vermelho”, disse Castro. Para ele, a ação pegou de surpresa, até mesmo os próprio detentos, que em todo o Brasil mantêm tranquilidade durante o período de visitas de familiares.

Em Porto Velho, o pavilhão B da Penitenciária Estadual Ênio dos Santos Pinheiro teve pelo menos uma cela incendiada. Sete presos morreram asfixiados com a fumaça do incêndio, um foi morto a facadas e outros 22 ficaram feridos. Cerca de 50 agentes penitenciários atuaram para conter o tumulto. O órgão confirmou que a rebelião tem ligação com o ocorrido em Boa Vista. Ainda segundo a secretaria, os presos envolvidos no ataque serão responsabilizados e devem responder por homicídio.

As unidades prisionais dos dois estados estão realizando a transferência de detentos envolvidos com as facções criminosas. A Penitenciária Agrícola de Monte Cristo é a maior de Roraima, tem capacidade para acolher 700 presos e atualmente abriga mais de 1,4 mil. A Penitenciária Ênio Pinheiro tem capacidade para 400 detentos e abriga cerca de 700.

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