“Eu confesso que não tenho explicação para o que aconteceu aqui, pois os presos que estão aqui são aqueles separados da massa carcerária”, disse o secretário de administração penitenciária do Amazonas, Pedro Florêncio, em entrevista ao portal Radar 10. “Eles são todos iguais”, completou.
O secretário também não soube explicar como os objetos usados para matar os presos entraram na cadeia. “Isso é uma pergunta de vestibular”, disse. Segundo ele, há relatos de que os presos que já estiveram na cadeia, que foi desativada no último mês de outubro, encontraram ‘tocas’ onde estoques e facões estavam escondidos.
A alteração começou por volta das 3h do horário local (5h de Brasília). Os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML), para identificação. Do lado de fora da Cadeia Pública, familiares iniciaram um tumulto em busca de informações sobre os detentos. O Batalhão de Choque interveio com spray de pimenta.
Na sexta-feira (6), os detentos haviam provocado tumulto no local, protestando por mais espaço e melhores condições de infraestrutura. A cadeia pública Vidal Pessoa estava desativada desde outubro de 2016 após recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mas cerca de 280 detentos foram transferidos para o presídio após a chacina no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), ocorrida no dia 1° e que resultou na morte de pelo menos 56 presos.
O secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes, disse na sexta-feira que os detentos devem permanecer na cadeia pública, que está em obras, por cerca de três meses. O policiamento no local já havia sido reforçado e as visitas na unidade estavam suspensas.