Ozório Fonseca, um grande defensor da Amazônia


MANAUS – O biólogo Ozório José de Menezes Fonseca faleceu na quinta-feira (10), vítima de complicações respiratórias. Natural de Itacoatiara (AM), era filho de Osório Alves da Fonseca e Francisca de Menezes Fonseca. Seus estudos começaram no Grupo Escolar Coronel Cruz, em Itacoatiara, prosseguindo pelo curso ginasial no Colégio Dom Bosco e o curso científico no Colégio Estadual do Amazonas. Graduado em Biologia pela USP (Universidade do Estado de São Paulo), Mestre em Ecologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Doutor em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos, desde o ano 2000, Ozório, assinava a coluna “Amazonidades” publicada nas edições de fim de semana do Jornal do Commercio de Manaus (AM).A trajetória profissional foi marcante como pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) no período de 1971 a 1982; professor visitante na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1983-1995); diretor do Inpa (1995-1999), instrutor da Disciplina Microbiologia e Imunologia na Faculdade de Medicina de Jundiaí, professor de Ecologia na Utam (Universidade de Tecnologia do Amazonas) e da UEA (Universidade do Estado do Amazonas) no programa de pós-graduação em Direito Ambiental (2002-2012), além de outras atividades docentes na UFRR (Universidade Federal de Roraima), na Universidade Petrobras, no Ciesa e Uninorte-Laureate. Ozório Fonseca também se dedicou à produção intelectual, com mais de 90 trabalhos científicos entre livros, capítulos de livros, artigos científicos, relatórios técnicos, etc., e mais de 260 artigos de divulgação científica em jornais, revistas e meio eletrônico. O reconhecimento veio através de indicações, que ocupou com intensa participação, como membro honorário da Academia Amazonense de Medicina; membro titular e presidente da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas (ALCEAR-AM); membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (Igha); membro da Ordem do Mérito Municipalista; membro da Ordem Nacional do Mérito Militar; membro da Ordem Nacional do Mérito Científico.Para o amigo de longas datas, Gaitano Antonaccio, que esteve ao lado de Ozório por mais de 50 anos, esta foi uma perda lamentável por tratar-se de um amazônida de vasta experiência e intelectualidade, o que lhe conferiu reconhecimento como defensor da Amazônia. “Éramos amigos desde a juventude. Nós perdemos um intelectual renomado. Um homem íntegro que muito contribuiu para o desenvolvimento da Amazônia. Ele teve uma vida científica da melhor qualidade, foi um grande defensor da nossa região, e agora ficou uma lacuna”, constatou. Gaitano Antonaccio é advogado, contabilista, empresário, escritor, poeta, articulista, conferencista e fundador da ALCEAR-AM. “Eu estava me comunicando com o Ozório todos os dias. Mas infelizmente quando eu viajei, meu amigo morreu”, lamentou. O presidente do Igha, Antônio Loureiro, ratificou a importância do ícone Ozório Fonseca que ocupava a Cadeira 42 do patrono Pero de Magalhães Gândavo (pioneiro de uma longa e nobre linhagem de escritores do Brasil. Ele foi o autor do Tratado da província de Santa Cruz), no instituto. Loureiro descreve Ozório como um homem combativo, professor atuante em política, vindo de uma família relativamente antiga de Itacoatiara. “Sempre dando suas opiniões publicamente sem muito temor. Perdemos uma pessoa que poderia contribuir muito para o Igha, mas infelizmente não houve tempo”, salientou.“O Jornal do Commercio perde um grande colaborador e eu um querido amigo. Estamos de luto”, lamentou o presidente do JCAM, Guilherme Aluízio 
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