Operação revela desvio de R$ 9,5 milhões da saúde indígena no Acre

Cerca de R$ 9,5 milhões destinados à saúde indígena no Acre foram desviados. Foi o que apontou a Operação Abaçaí deflagrada nesta quinta-feira (20) pela CGU – Controladoria Geral da União em parceria com a Polícia Federal.

As irregularidades eram praticadas por servidores do Distrito Sanitário Especial Indígena Alto Rio Purus em acordo com empresários da região que prestavam serviços ao órgão.

As investigações identificaram uma série de irregularidades. Entre elas, fraudes em contratos de transporte aéreo de paciente até a capital Rio Branco, fornecimento de alimentação aos pacientes da Casai – Casa de Saúde Indígena, além do serviço de lavagem de roupa.

Os desvios eram cometidos com a prática de superfaturamento por sobrepreço e por pagamento de serviços não realizados. As apurações também mostraram indícios de combinação entre empresas para direcionar o resultado de licitação.

Ainda segundo as investigações, os gastos com fretamento de aeronaves mais que duplicaram – de uma média mensal de R$ 75 mil para R$ 160 mil; isso sem que tivesse aumento na quantidade de pacientes transportados.

E as irregularidades se estendiam também para a frota de carros. Peças de automóveis de alto valor eram pintadas para que parecessem novas e dificultassem a identificação. Os preços praticados nas trocas dos equipamentos pelas empresas excediam os de mercado em até 10 vezes.

A Operação contou com a colaboração de 80 policiais e seis auditores da CGU. Ao todo foram expedidos 15 mandados de condução coercitiva e 21 de busca e apreensão; além da suspensão do exercício da função pública de alguns investigados.

A reportagem entrou em contato com o Ministério da Saúde – responsável pelos Distritos Sanitários Especiais Indígenas em todo o país – mas até o fechamento desta edição não teve retorno.

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