No Dia das Mães, mulheres que têm animal de estimação também comemoram a data

Para muitas mulheres, seu animal de estimação é como filho. Tem gente que acha a comparação absurda, mas tantas outras pessoas apoiam o amor que também chega a ser incondicional. E é por isso que no Dia das Mães, as mães de pets também comemoram a data, ao lado deles.

Diraya, Mayanne e Nayara são exemplos de mulheres que se consideram mães de animais e elas garantem que o amor sentido pelos seus bichinhos, é incondicional.

Nayara Michiles, é servidora pública, possui um filho humano e uma filha de quatro patas. “Eu sempre digo que a Maria Izabel é a filha mais velha, ela foi minha primeira filha. E ela e o Kalled se comportam mesmo como irmãos, tanto que a relação deles é de extremo amor e ódio, como de qualquer outro irmão” conta ela.

Kalled tem 4 anos e Maria Izabel já tem 13, Nayara conta que o cuidado, carinho e amor que tem com ambos é o mesmo. “O mesmo cuidado que tenho com meu filho, eu tenho com ela. A levo ao Pet Shop todo sábado, me preocupo com a higiene dela, com a ração, com a qualidade de vida dela. Todo ano ela ganha festinha de aniversário, assim como meu filho. Não tenho distinção dos dois, pois ambos são meus filhos” relatou ela.

A servidora pública contou ainda que Maria Izabel chegou a salvar sua vida uma vez. “Eu estava grávida e passei mal, nesse momento meus pais estavam dormindo. A Maria se desesperou e começou a latir muito, latiu até meus pais acordarem e irem me socorrer”. Nayara conclui dizendo que a única explicação que ela tem sobre a sua relação com Bela, é que é uma coisa de outras vidas.

Foto: Divulgação
P
ara a advogada, Mayanne Cavalcante, Lindinha e Lobinha a fizeram uma pessoa bem melhor. “Quando a Lindinha entrou na minha vida eu me tornei uma pessoa muito mais sensível e paciente. Comecei a refletir sobre o bem-estar de todos os animais e por isso resolvi parar de comer carne. E não só isso, eu passei a ser uma pessoa muito mais empática e solidária com todos. Já quando a Lobinha veio, eu já era apaixonada por animais, mas ela me ensinou que é possível superar as coisas ruins que acontecem em nossas vidas” contou ela.

Mayanne a considera como filhas, diz que é tanto amor que sente que não sabe ao certo como explicar. “Elas são minhas companhias, minhas crianças que nunca irão crescer e só de pensar que elas dependem de mim para se alimentar, ter saúde, brincar e tudo, me dá um frio na barriga”

A advogada pretende ser mãe em breve e relatou que a experiência que tem com as filhas de quatro patas vão com certeza a ajudar no futuro. “A experiência que to tendo com elas vem me ensinando a ter mais paciência, a me entregar a outro ser e a fazer concessões. Muitos fatos que aconteceram entre mim e elas me fizeram refletir sobre minha atitude e mudar minha maneira de reagir. Então, eu acredito sim que elas estão me ajudando para um futuro, com um filho humano” comenta Mayanne.

Cuidados Especiais

A advogada falou que a preocupação que ela e o marido tem com as meninas é grande, tanto que até o piso da casa foi escolhido em função delas. “Elas passeiam 3 vezes por dia. Comem 2 vezes ao dia. Acessam qualquer ambiente da nossa casa, inclusive elas dormem no nosso quarto. Até o piso da nossa casa foi escolhido para dar mais conforto as duas (risos)” diz Mayanne.

A preocupação com a saúde das duas também é avaliado pelo casal. “Somos muito preocupados com a saúde das duas, por isso elas são castradas, vacinadas e vermifugadas. Quando viajamos, elas ficam em um hotelzinho de nossa confiança” relata a advogada.

Mayanne até contou que já deixou de fazer algo, por causa delas. “Já deixei de fazer muitas coisas por elas. Quando a Lindinha foi castrada, eu dormia no chão junto com ela, pra ela não pular na cama e correr o perigo de romper os pontos. Teve uma época que a Lobinha ficou muito doente, eu e o Daniel nos desdobramos para estar sempre na clínica. Íamos de manhã, de tarde e à noite”. 

Foto: Divulgação

Pet Lovers

Quem tem um imenso carinho por seu animal de estimação e nunca brincou de chamá-lo de filho que atire a primeira pedra. A empresária, Diraya Loureiro conta que seus papagaios, Lepe e Pituca, são tão filhos quanto a princesa Maya de 1 ano e 3 meses.

“Como meu esposo diz, eles são nossos primeiros filhos. Vivem com a gente há 6 anos. As pessoas não entendem a relação que temos como eles, mas garanto que o amor que sentimos é imenso, assim como o retorno do carinho deles pela gente, também é grande” conta Diraya.

Lepe e Pituca possuem um espaço especial na casa e na vida do casal. “Fizemos um jardim de inverno na casa todo adaptado aos dois, pensando no conforto e comodidade deles. Nossa intenção é melhorar o espaço para que eles fiquem ainda mais confortáveis” contou a empresária.

Diraya não tem dúvidas que ter cuidado dos papagaios só a ajudou na hora que passou a cuidar de Maya. “Eles nos ensinaram a cuidar de outras pessoas, nos mostraram como cuidar de um filho. Nos mostraram que o cuidado vai além do carinho e amor, eu tive que me doar para eles, aprendi a cuidar deles e todo esse ensinamento só me ajudou quando a Maya chegou” relatou a empresária.

Ter papagaios como animais de estimação não é tão comum assim, por isso que a empresária fala que quando o casal chegou na sua casa ela correu para internet, em busca de uma luz. “Quando meu marido chegou com o Lepe e Pituca em casa, eu corri pra internet pra conhecer melhor o mundo deles (risos). Levamos eles no veterinário, para questões de vacina, ração e outros cuidados” contou ela.

Diraya disse que os filhos de asas preencheram por muito tempo o vazio de dentro de casa. “Era somente eu e meu marido, e assim foi por muito tempo. Quando eles chegaram em casa, preencheram um vazio imenso. Eles foram nossos únicos companheiros por quase 5 anos, até a chegada da neném” relatou a mãe.

Mãe de animal, é mãe?

É fato que cada vez mais pessoas referem-se a seus bichinhos com a expressão carinhosa de ‘filho’ e acabam intitulando-se ‘mães’ e ‘pais’ desses animais. Desfeita para mães e pais de humanos? Não sei! Mas quem somos nós para dizer que não, não é mesmo?

Mayanne Cavalcante relatou que uma vez uma amiga disse pra ela que não existia esse negócio de ‘mãe de cachorro’ que não tinha como comparar a experiência de ser mãe de um ser humano, com a de ser mãe de um cachorro. “Realmente, eu concordo que não tem como comparar as duas experiências. Mas o amor é sim comparável e a ciência já até comprovou isso” conta ela.

Ela explica que ao falar que é mãe de cachorro, está querendo apenas dizer o quanto ela amo as suas filhas caninas. “Eu acho ‘tutora’ uma palavra tão fria, que eu não me sentiria bem falando que ‘eu sou tutora de cachorro’. Evidente que eu sei as diferenças de criar um animal e criar uma criança. Mas, quando eu falo que sou mãe de cachorro é pra demonstrar amor e espero que as pessoas tenham isso em mente, e que dêem valor às mamães de crianças também” conclui Mayanne.

A advogada concluiu dizendo que cachorros curam a alma e ainda deu dica para quem pensa ser mãe de um. “Eu, como mãe de cachorro, gostaria de dizer que cachorros curam a alma! E se você está pensando em se tornar a mamãe de um, escolha a adoção! Vai ser a melhor escolha da sua vida” disse Mayanne.

Para a empresária Diraya Loureiro ouvir que seus filhos são apenas papagaios, é muito triste. “Eles não são apenas animais, escuto muito isso que são apenas papagaios. Mas para mim, ele são meus filhos! Se as pessoas se permitissem a sentir esse amor, creio que não falariam isso” conta ela.

Para a empresária, o amor de Lepe e Pituca, são bem verdadeiros. “Eles só querem atenção e carinho. Acredito que se as pessoas se permitissem cuidar ou criar de um animalzinho, e se permitissem amá-los e serem amadas, não existiria tanto animal abandonado” conclui Diraya.

O que faz um pai ou uma mãe é muito mais do que uma palavra, do que um termo. Ser mãe é viver toda uma vida de amor, responsabilidade, cuidados e carinho. E que mãe de verdade não tem em seu coração um espacinho sobrando para mais afeto, ainda que por um peludo, não é?

Especialista

A Veterinária, Danielle Américo, disse que muitas das suas clientes possui o sentimento de mãe para com seu animal de estimação, mas ela alerta com o fator ‘cuidado excessivo’.

“Humanizar os animais ao ponto de tratá-los como se fossem uma pessoa, pode ser prejudicial ao mesmo. Eles acabam tendo dificuldade de se socializar com outros animais e pessoas. Tem casos de animais que desenvolvem a ‘Síndrome da Separação’ que é quando o animal sofre ao ficar longe do dono, e isso pode desenvolver uma depressão no bichinho. Então muito cuidado ao mimar e humanizar demais seu amiguinho” relata a veterinária.

Danielle alertou ainda aos cuidados naturais como não deixar comer lixo, coisas pequenas, aplicação de veneno na casa, alimentos tóxicos, ração e vacinação. “Devemos sempre atentar ao fato da vacinação, higiene, dentição limpa e risco de fuga, às vezes os animais vêm a fugida como uma simples diversão” disse ela. 

Danielle conclui dizendo que excesso de carinho não faz mal a ninguém mais o excesso de proteção pode dificultar o crescimento do seu animal!
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