O ministro da Saúde, Ricardo Barros, visita nesta terça-feira (27) o município de Pacaraima (RR), na fronteira com a Venezuela, para analisar a situação migratória de cidadãos venezuelanos para o estado. Na ocasião, o ministro irá ao Hospital Délio de Oliveira Tupinambá, onde o número de atendimentos a venezuelanos representa grande parte das consultas e procedimentos realizados.
Em seguida, Barros visita as instalações do Hospital Geral de Boa Vista, em Boa Vista (RR). À noite, ainda na capital do estado, visita o Hospital da Criança Santo Antônio e participa de reunião no Conselho Regional de Medicina do Estado de Roraima.
Estado de Emergência
No último dia 7, o fluxo intenso de venezuelanos em Roraima levou o governo a decretar situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional nos municípios de Pacaraima e Boa Vista. A região faz fronteira com a Venezuela, que vive uma forte crise política e econômica e gerou o êxodo de cerca de 30 mil venezuelanos para o Brasil nos últimos dois anos.
“A gente tinha um fluxo migratório fronteiriço normal, tanto de brasileiros que trabalham na Venezuela, como de venezuelanos que trabalham no Brasil, principalmente Pacaraima que é a cidade de fronteira. Mas, de um ano para cá esse fluxo mudou, com número grande de solicitantes de refúgio. Nos últimos meses, ocorreram quase 2 mil solicitações de refúgio”, relata a irmã Telma Lage, coordenadora do Centro de Migrações e Direitos Humanos da Diocese de Roraima.
Segundo Telma, os agendamentos dos pedidos de refúgio já chegam ao ano de 2018. “Todos os dias tem fila na porta da Polícia Federal”, conta ela, que acompanha cerca de 500 venezuelanos em Boa Vista. Os imigrantes venezuelanos se instalaram nas ruas e nos poucos abrigos das principais cidades de Roraima, em busca de alimento e fonte de renda para sobreviver. A situação se agravou nos últimos meses principalmente nos serviços de saúde do estado.