Maranhão implementa políticas públicas de segurança contra feminicídio

O Governo do Maranhão assinou decreto de criação do Departamento de Feminicídio na última quarta-feira (8), dia em que foi comemorado o Dia Internacional da Mulher. O departamento terá a missão de intensificar ações preventivas e aprimorar as investigações para que os autores sejam devidamente punidos.

O crime de feminicídio extermina mulheres de forma violenta por questões relacionadas a sua condição de gênero. Em 2015 foi reconhecido pela Lei nº 13.104, mas ainda há dificuldades para sua real efetivação. Assim, além de investigar, o departamento irá ainda capacitar os operadores que atuam no sistema. O departamento será vinculado à Superintendência de Polícia Civil da Capital e contará ainda com equipe exclusiva para esse tipo de crime composta por uma delegada, uma escrivã e policiais civis.

De acordo com a secretária de estado da Mulher, Laurinda Pinto, a partir da criação do departamento será possível implementar as diretrizes nacionais para investigar, processar e julgar com perspectiva de gênero as mortes violentas de mulheres. “A criação do Departamento de Feminicídio é um grande avanço para o Maranhão pois agora teremos uma gestão específica para implementar as diretrizes que contribuirão diretamente para comprovar a materialidade de crimes contra a mulher. Para isso o Governo do Estado está equipando as estruturas da rede de apoio à mulher no sistema de segurança”, explicou.

Foto: Reprodução/Shutterstock
Segundo a delegada da Polícia Civil, Viviane Azambuja, que irá coordenar o departamento, o objetivo é investigar crimes ocorridos na região metropolitana e ainda acompanhar ocorrências no interior do estado. “O feminicídio é o ápice da violência contra mulher e precisa ser investigado de forma especializada para que os autores sejam devidamente punidos, e tenhamos o efeito inibitório neste tipo de criminalidade. Desta forma, o departamento terá abrangência estadual, investigando crimes da região metropolitana e acompanhado crimes no interior do estado e também será um banco de dados estatísticos da violência contra a mulher”, explicou.

Para fortalecer ainda mais a política de combate à violência contra a mulher no Maranhão, também foi criada a Coordenadoria das Delegacias de Atendimento e Enfrentamento à Violência contra a Mulher (Codevim), que terá como coordenadora a delegada Kazumi Tanaka, referência no atendimento e enfrentamento à violência contra a mulher. “A coordenadoria tem o papel fundamental de estabelecer diretrizes para todas as delegacias da mulher do estado para que haja a padronização de procedimentos de atendimento, fiscalização do que está sendo realizado, e para reunir estatísticas e dados sobre as razões pelas quais as mulheres estão sendo assassinadas. O Governo do Estado está implementando uma série de políticas para garantir a segurança e a vida das mulheres”, afirmou. As instituições vão funcionar na sede da Segurança Pública, na Vila Palmeira.

Políticas para defesa da mulher

A criação do Departamento de Feminicídio e da Coordenadoria das Delegacias da Mulher integra o conjunto de políticas públicas voltadas para a defesa da mulher e têm comprometimento com a Organização das Nações Unidas – ONU Mulher.

O Maranhão, os estados do Piauí, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, e o Distrito Federal, assumiram em 2016 o compromisso de implementar das diretrizes nacionais para investigar, processar e julgar com perspectiva de gênero as mortes violentas de mulheres. Desde então, os órgãos que compõem o sistema de segurança e justiça (Polícia Civil, Polícia Militar, Ministério Público, Defensoria e Poder Judiciário) vem trabalhando no sentido de se adequar a tais diretrizes com o intuito de alcançar a excelência na investigação, processo e julgamento das mortes violentas de mulheres.

Também no ano de 2016 o governador Flávio Dino instituiu a “Patrulha Maria da Penha”, por meio das secretarias estaduais de Segurança (SSP) e da Mulher (Semu), com o objetivo de dar maior efetividade às medidas protetivas contra violência doméstica. A Patrulha Maria da Penha compõe a Política Nacional de Enfrentamento à Violência Contra às Mulheres e é realizada por policiais militares treinados para acompanhar as denúncias de violação de medidas protetivas ou situações de ameaças iminentes e familiar.

Além disso, as investigações sobre crimes contra a mulher já vinham seguindo a orientação do Planejamento Operacional Padrão (POP), instituído pela Delegacia Geral de Polícia Civil e que deve ser cumprido pela investigação e perícia destes casos.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

1° do Norte: autor amapaense Gian Danton recebe principal título dos quadrinhos no país

Com mais de 30 anos de carreira, Gian Danton consolida posição de Mestre do Quadrinho Nacional entre os principais nomes do país. Título é considerado o mais importante do Prêmio Angelo Agostini.

Leia também

Publicidade