Os solicitantes de refúgio ou residência devem embarcar em Boa Vista por volta das 8h (horário local) em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Todos os selecionados aceitaram participar da interiorização, foram vacinados, submetidos a exame de saúde e regularizados no Brasil – inclusive com CPF e carteira de trabalho.
A interiorização é uma iniciativa criada para ajudar venezuelanos em situação de extrema vulnerabilidade a encontrar melhores condições de vida em outros estados brasileiros. Por se tratar de um processo voluntário, o número de pessoas a serem transportadas pode sofrer alterações até o momento do embarque.
A interiorização tem o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), da Organização Internacional para as Migrações (OIM), do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
A partir das vagas disponíveis e do perfil dos abrigos participantes do processo de interiorização, o ACNUR identifica os interessados em participar da estratégia, assegura que estejam devidamente documentados e financia melhoras de infraestrutura e custos operacionais nos locais de acolhida – especialmente naqueles administrados pela sociedade civil.
A OIM atua na orientação e informação prévia ao embarque, garantindo que as pessoas possam tomar uma decisão informada e consentida, sempre de forma voluntária, além de realizar o acompanhamento durante todo o transporte. O UNFPA promove diálogos com as mulheres e população LGBTI para que se sintam fortalecidas neste processo. Já o PNUD trabalha na conscientização do setor privado para a absorção da mão de obra.
Com esta etapa, sobe para mais de 1 mil o número de venezuelanos transferidos para outros estados. De abril a julho, 820 pessoas foram levadas a sete cidades: 287 a São Paulo, 119 a Cuiabá (MT), 165 para Manaus, 86 ao Rio de Janeiro, 69 para Igarassu (PE), 50 para Brasília e 44 para Conde (PB).
Em setembro, cerca de 400 pessoas devem ser transportadas a cada semana. A interiorização depende de interesse das cidades de destino e da existência de vagas em abrigos. Reuniões prévias com autoridades locais e coordenação dos abrigos definem detalhes sobre atendimento de saúde, matrícula de crianças em escolas, ensino da Língua Portuguesa e cursos profissionalizantes.