Marques ressalta que membros espalhados pelo país têm se empenhado na decodificação, mesmo com o pouco conteúdo divulgado. “Inclusive eu já fiquei horas em umas escritas. Infelizmente, temos essa ‘limitação’, dependemos das imagens dos vídeos e das reportagens para podermos fazer a decodificação”, acrescenta.
O estudante acredita que existe um propósito para todo o trabalho de Bruno e que o desaparecimento serviu para chamar atenção ao caso. “Ele levou anos para concluir o seu projeto, no qual acredito ter algo muito importante. Seja qual for o rumo que essa história tome, o Bruno conseguiu fazer com diversas pessoas se interessassem pelo conhecimento, pela leitura”, salienta.
Em entrevista ao G1, a família do estudante afirmou que já havia identificado cinco tipos diferentes de criptografias nos escritos do jovem – alguns em forma de livro e outros espalhados pelo chão, paredes e teto do quarto. A irmã mais velha, a empresária Gabriela Borges, de 28 anos, falou que desde o sábado (8) dois volumes começaram a ser decodificados por meio de um programa de computador.
“São mais de cinco tipos de criptografias usadas por ele [Bruno], umas bem simples e umas bem mais complexas. As mais simples são as que alguns internautas já decodificaram, são apenas cifras de substituição. Entretanto, tem outras que vão exigir um pouco mais de estudo para serem descriptografadas”, falou.
Desaparecimento
A última vez que os parentes viram Bruno, no dia 27 de março, foi durante um almoço de família. O jovem voltou para casa e todos – mãe, pai e os outros dois irmãos – seguiram o dia normal de trabalho. Mais tarde, o pai dele, o empresário Athos Borges, retornou à residência da família e percebeu que o filho não estava.
No quarto do estudante, que ficou trancando por mais de 20 dias enquanto os pais viajavam de férias, foi encontrada – além dos 14 livros – uma estátua do filósofo Giordano Bruno (1548-1600). Os escritos, segundo a família, eram feitos há pelo menos quatro anos.
Sobre as investigações, o delegado Fabrizzio Sobreira, coordenador da Delegacia de Investigação Criminal (DIC), afirmou que os amigos que ajudaram Bruno nas escrituras e criptografias teriam feito um pacto de sigilo para que objetivo real do projeto não fosse revelado.