O representante do Unicef, Florence Bauer, no Brasil, sugere que a situação só pode ser amenizada se a região tiver prioridade no repasse de verbas públicas.
O levantamento inédito avalia a pobreza no país, levando em conta não apenas a falta de dinheiro, mas a submissão a seis privações que afetam o desenvolvimento dos jovens: educação, informação, trabalho infantil, moradia, água e saneamento básico.
Para o assessor de incidência política da entidade de defesa das crianças, Aldeias Infantis, Fábio Paes, os números são alarmantes e preocupantes.
Dos 32 milhões de crianças e adolescentes em situação de pobreza no Brasil, uma em cada quatro não tem acesso ao saneamento básico. Mas a situação é ainda pior na região Norte, onde a falta de saneamento afeta quase 45% de todas as crianças e adolescentes. E é também no Norte do país onde os demais fatores mais afetam os pequenos. O acesso à água, por exemplo, afeta 36% das crianças de lá, enquanto atinge pouco menos de 5% das crianças do Sudeste do país.
O estudo ainda aponta que, diante de todo o panorama da pobreza, o problema afeta, em média, 75% de crianças e adolescentes do Norte, enquanto a média do país inteiro é de 49% e a do sudeste do Brasil é de 35%.
Em todos os fatores apontados pelo Unicef, a região Norte tem menos acesso que as demais regiões, e tem taxas piores que a média do Brasil.
Procurado para comentar os números divulgados pelo Unicef, o Ministério do Desenvolvimento Social não se manifestou até o fechamento desta reportagem.