MANAUS – Recentemente, a oposição da Venezuela assumiu o controle do Congresso. A instalação da Assembleia Nacional, eleita nas históricas eleições parlamentares de 6 de dezembro, acontece com muitas tensões e até uma fala efusiva do Presidente Nicolás Maduro em resposta às ameaças feitas pela oposição de tirá-lo do poder.
A situação política da Venezuela é complexa. O cônsul-geral da Venezuela, Faustino Torella, acredita que o contexto vem de uma relação desastrosa entre governo e oposição no país. “A Venezuela acabou de sair de uma eleição parlamentar que tornou, pela primeira vez em 17 anos, a oposição maioria no Assembleia Nacional. Com poder, a oposição parece mais preocupada em barrar projetos do governo do que se preocupar com o estabilidade do país”.
De acordo com o cônsul, além de barrarem projetos de reforma econômica, que poderiam ajudar a Venezuela a sair da crise, a ideia de tentar tirar o presidente do poder é antidemocrática. As eleições foram legais e os índices de popularidade do presidente ainda apontam um apoio positivo da maioria da população. “O executivo e o legislativo tem que fazer, cada um, a sua parte. Esse tipo de conduta só prejudica o país”, disse o cônsul.
Para o Presidente da Associação PanAmazônia, Belisário Arce, o Brasil pode colaborar muito nessa crise política na Venezuela. Para ele, o Brasil, enquanto líder do Mercosul, deve estar à frente e diplomaticamente exigir certas atitude do governo venezuelano. Para ele, um exemplo seria a exigência do Itamaraty que a Venezuela mantenha uma postura democrática.Além disso, Belisário ressalta a importância das relações econômicas com o país para a consolidação de uma relação externa e interna mais tranquila. “A crise na Venezuela está intimimamente ligada à situação econômica. Criar relações comerciais trará benefício indireto para a política no país”.