O governador José Melo não mede esforços para ligar o Amazonas ao resto do país. Desta vez, o apelo veio durante a solenidade de lançamento da nova Matriz Econômica Ambiental. “Tire o Amazonas do isolamento”, segundo Melo a saída está na conclusão da BR-319, rodovia que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO). Desta vez, o apelo ao presidente Temer vai através de um forte aliado, o ministro do Ministério de Meio Ambiente (MMA), José Sarney Filho, que vem apoiando as ações de combate ao desmatamento e a pobreza no Sul do Estado, visitando as áreas degradadas com a Caravana Verde e assim dar soluções efetivas para cada caso.
A solenidade foi realizada nesta quarta-feira (8) no auditório da sede do governo do Estado, na av. Brasil, nº 3.925, Compensa 2, zona Oeste de Manaus. Além de anunciar a Matriz Econômica Ambiental como política de Estado e lançar o programa MS Amazonas para reduzir o desmatamento nos municípios localizados no Sul do Estado, o governador José Melo aproveitou a presença do ministro do Meio Ambiente para propor soluções e acabar com os problemas na BR-319 transformando a rodovia numa estrada-parque. “Dessa forma não prejudicaria nenhuma das 20 unidades de preservação presentes no trecho do meio da BR-319”, explicou.
Segundo Melo, a falta de estrutura da estrada que liga o Amazonas ao resto do país traz prejuízo ao escoamento da produção do Polo Industrial de Manaus (PIM) e ainda isola o Estado. “Criaríamos uma proteção naquele trajeto, como uma forma de envelopamento com gradil e monitoramento para garantirmos a preservação daquela área riquíssima em biodiversidade. Isso já foi feito em outros lugares do mundo e pode também”, argumentou.
Matriz Econômica
A Matriz Econômica Ambiental do Amazonas se tornou uma realidade, quase um ano após o início de sua criação. Foi na tarde de quarta-feira (8) que Melo fez o anúncio e a assinatura desta política de Estado, acompanhado pelo ministro do Meio Ambiente, que aproveitou a ocasião para disponibilizar investimentos de R$ 2 milhões ao setor. “Estávamos em uma situação em que não se podia fazer nada na Amazônia, mas agora tudo pode desde que seja de forma responsável e sustentável economicamente”, disse o governador.
Na ocasião, também foi comemorado o lançamento do programa Municípios Sustentáveis do Amazonas (MS-Amazonas) que tem por objetivo reduzir o desmatamento nos municípios do interior, começando pelo Sul do Estado. “Criamos um modelo em que as alternativas econômicas da nossa floresta podem ser exploradas sem a degradação gerando assim emprego e renda constantes para a nossa gente”, explicou o professor Melo.
Hoje, a nova Matriz Econômica, amparada pela lei n° 4.419 de 29 de dezembro de 2016, é a principal proposta de crescimento para o Estado, além de alternativa para a Zona Franca de Manaus. Já conta com investimentos na ordem de R$ 450 milhões, previstos para 2017. “Com a implantação de uma nova economia sustentável focada no desenvolvimento de projetos voltados para as riquezas naturais do Amazonas, tais como a piscicultura, fruticultura, fármacos, cosméticos, entre outros, teremos outra alternativa para a nossa região”, garante Melo.
Para o ministro Sarney Filho, os olhos do Brasil estão voltados para a região. “A Amazônia é um dos maiores patrimônios do país e o governo federal sabe de sua importância e do quão importante é sua preservação. Garantir investimentos e utilização de seus recursos naturais sem a degradação da floresta é uma medida essencial para o desenvolvimento de toda a região amazônica”, comentou.
O programa MS Amazonas é o primeiro de uma série de instrumentos que serão implementados para reduzir o desmatamento, degradação ambiental e queimadas no Estado, com destaque para a região Sul, associado à política da Matriz Econômica Ambiental. Os municípios de Apuí, Boca do Acre, Manicoré,Lábrea, Humaitá, Novo Aripuanã e Canutama serão os primeiros a estabelecer diálogo com a Sema para adesão ao programa.
“Nós temos 97% de nossa floresta completamente preservada, com recursos extraordinários. Para ter uma ideia, temos a maior reserva mineral e gás do país. Somos a 3ª maior reserva de petróleo, recursos esses que agora podem ser explorados, mas de forma sustentável e com o apoio da ciência, para garantir a renovação desses insumos”, concluiu o governador.