Indígenas do Amazonas são bicampeões brasileiros de Tiro com Arco

A equipe de arqueiros representando o Amazonas no 45º Campeonato Brasileiro de Tiro com Arco, encerrado neste domingo (17), na cidade de Maricá, no Rio de Janeiro, se tornou bicampeã de ouro e ainda levou uma medalha de prata para casa. Apoiados pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS), no Projeto Arquearia Indígena, os arqueiros, todos indígenas, conseguiram manter um bom nível de participação nas categorias individual e por equipe na competição.

Foto:Divulgação/FAS

A medalha de ouro veio da equipe masculina, formada pelos indígenas Nelson de Moraes, 19, Gustavo Santos, 23, e Drean da Silva, 22. Eles conseguiram desbancar os competidores concorrentes na categoria Recurvo Masculino por Equipe e alcançaram o ponto mais alto do pódio. No 44º Campeonato Brasileiro de Tiro com Arco, no ano passado, eles também pegaram a medalha de ouro, se tornando então bicampeões.

Já a prata veio na categoria Recurvo Dupla Mista, onde o mais bem colocado arqueiro do Masculino e a arqueira Feminina melhor no ranking competiram juntos como equipe. Os irmãos Gustavo Santos, 23, e Graziela Santos, 24, trilharam um ótimo desempenho e levaram para o Amazonas uma prata, mantendo o mesmo resultado da competição de 2018, onde também conseguiram medalha de prata na Dupla Mista.

“Tivemos um aproveitamento de 90% no campeonato. Ano passado fizemos ouro e prata também. Significa que a gente está se mantendo num nível elevado com o passar dos anos. Sempre um dos primeiros do ranking e também nos quadros de medalhas do campeonato brasileiro. Cada vez mais nossa equipe está se tornando forte no cenário do Tiro com Arco brasileiro e o incentivo que a gente recebe é muito importante, sem ele a gente não chegaria onde chegamos”, disse o arqueiro Gustavo Santos.

A irmã dele, Graziela Santos, partilha do mesmo pensamento. “Nesses últimos anos sempre estamos ficando com equipe na final, tanto equipe masculina como dupla mista, e individual também. Sempre tem alguém de nós chegando na final. Os resultados foram satisfatórios, estou feliz e a gente está bem. Precisamos melhorar mais e trabalhar bastante no combate porque é no combate que a gente garante medalha”, disse.

Nelson falou do sentimento bom com o resultado por equipe, mas ressaltou erros cometidos no desempenho individual, onde por pouco levava o bronze. “A sensação é de felicidade pela equipe, mas é um pouco triste porque eu disse que ia pegar bronze no individual e perdi. Cometi dois erros que não podia fazer e acabei perdendo a medalha de bronze no individual. Agora é continuar trabalhando para não ter mais erros no combate”, afirmou o arqueiro.

Drean reafirmou que a equipe de arqueiros do Amazonas sempre é favorita, mas que precisa melhorar a competição individual. “A gente foi bem por equipe, conseguimos ganhar como no ano passado. Somos sempre os favoritos”, falou. “Mas no individual não foi como eu esperava. Não só perdi para um atleta iniciante, mas perdi para o atual campeão brasileiro, o favorito do Brasil. Estou trabalhando e tenho um ano pela frente para continuar treinando e melhorando”.

Foto:Divulgação/FAS

O campeonato

O 45º Campeonato Brasileiro de Tiro com Arco começou na última terça (12) na sede da Confederação Brasileira de Tiro com Arco (CBTarco), em Maricá, Rio de Janeiro, e seguiu até este domingo (17). A competição bateu recorde de participantes: 175 atletas de todas as regiões do país, divididos nas categorias Arco Sem Mira Feminino, Arco Sem Mira Masculino, Arco Composto Feminino, Arco Composto Masculino, Arco Recuo Feminino e Arco Recuo Masculino.

“O pensamento como atleta individual é que tem muita coisa a melhorar. Cada ano, cada ciclo de treinamento, vai melhorando aos poucos. Estamos num nível elevado que é mais difícil melhorar, mas estamos trabalhando firme pensando nas competições futuras e na olimpíada do ano que vem”, disse Nelson. Nelson e Graziela Santos estão na equipe da Seleção Brasileira de Tiro com Arco. “Temos a chance de representar o Brasil numa olimpíada”

Arquearia Indígena

A valorização da cultura e da identidade dos povos indígenas do Amazonas é a maior meta do Projeto Arquearia Indígena. Desenvolvido desde 2013 pela FAS junto com a Federação Amazonense de Tiro com Arco (Fatarco) e o Governo do Amazonas.

O projeto tem parceria com o Bradesco e apoio da Confederação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (Coipam), da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), e patrocínio das Lojas Bemol, Fogás, Val Group, além de apoio da Latam, Bradesco, Centro Educacional La Salle e Faculdade La Salle, por Meio da Lei de Incentivo ao Esporte.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Pará perde Mestre Laurentino; artista completaria 99 anos em janeiro de 2025

Natural da cidade de Ponta de Pedras, na Ilha do Marajó, ele era conhecido como o roqueiro mais antigo do Brasil.

Leia também

Publicidade