Um incêndio provocado pelo tempo quente e seco consome desde o início de agosto o Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a situação foi controlada nesta quarta-feira (28). Até o momento, o fogo devastou 310 mil hectares, cerca de 15% de toda a área do local, e chegou a se aproximar de uma aldeia Yawalapiti.
“Um dos momentos mais difíceis foi quando o fogo chegou a ameaçar as casas da aldeia Yawalapiti. Os indígenas começaram a retirar seus pertences e alguns voluntários foram ajudar os brigadistas. Por sorte, foi possível conter o fogo. Esse foi o mais próximo que o fogo chegou de aldeias indígenas”, conta o indigenista da coordenação regional do Xingu, André Schilling.
Segundo o chefe do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), Gabriel Zacharias, em razão da estiagem prolongada, o fogo se propagou com muita intensidade em áreas onde normalmente a umidade da vegetação impediria o avanço das chamas. “O Prevfogo reforçou a prevenção aos incêndios, principalmente em florestas nativas, como as do Parque do Xingu, que estão fragilizadas pelos efeitos de uma seca mais intensa neste ano”, disse.
De acordo com Schilling, a situação em 2016 está mais difícil devido às condições climáticas extremas de seca e calor que atingiram a região do Alto Xingu, no limite sul do parque, que tem por predominância vegetação de campo e cerrado. “O parque fica numa área de transição entre o bioma amazônico e o cerrado, o clima seco e prolongado deste ano deixou a região vulnerável a queimadas”, avalia.
O Prevfogo conta com a participação de 105 pessoas, incluindo 25 indígenas do Xingu e 10 da Terra Indígena Xerente, do Tocantins, além de brigadistas de Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Rondônia e Rio de Janeiro. Há três anos o Prevfogo promove uma capacitação dentro dos limites do parque para formação de brigadista indígenas.
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