Imagens inéditas mostram piloto que fez pouso forçado em Roraima

Família de Peninha conseguiu recuperar as imagens feitas no celular do piloto. 

 

Família de Peninha conseguiu recuperar as imagens feitas no celular do piloto. Foto: Arquivo pessoal/Elcides Pereira
 
Imagens divulgadas pela família do piloto Elcides Rodrigues Pereira, de 64 anos, o ‘Peninha‘, mostram os momentos que antecederam o resgate mal sucedido, que terminou com a morte do piloto. Nas imagens, ele aparece com o técnico em enfermagem Ednilson Cardoso, de 28 anos. 
De acordo com matéria publicada no site, G1 Roraima, o acidente aconteceu após uma pane mecânica, no dia 14 de junho. O piloto realizou um pouso forçado sobre o rio Catrimani, na Terra Indígena Yanomami. Os dois ocupantes da aeronave sobreviveram ao acidente, mas Peninha morreu após tentativa frustrada de resgate.As imagens foram feitas enquanto Ednilson e Elcides aguardavam o resgate e mostram que eles estavam sem ferimentos após o impacto com a água. Ainda segundo a reportagem, as fotos foram feitas pelo próprio Peninha após os dois conseguirem sair do avião.
Peninha e Ednilson logo após conseguirem sair do monomotor na selva amazônica. Foto: Arquivo pessoal/Elcides Pereira
 
“Esperamos que ele [avião] não desça. Que agarre em um cipó ‘doido’ ali, que ele é a indicação da nossa localização”, disse Peninha, em gravação feita minutos após o pouso forçado. Nas imagens é possível observar a densidade da mata onde foi realizada a manobra.
Imagem realizada por Peninha mostra avião afundando no rio Catrimani. Foto: Arquivo pessoal/Elcides Pereira
Especialista em aviação diz que resgate foi inadequado

Ao G1 Roraima, o especialista em aviação, o comandante Miguel Angelo, avaliou que que o resgate não foi realizado da forma adequada. “Ele [piloto] estava absolutamente tranquilo. Não foi em uma pista bonita, mas foi um pouso controlado. Ele não caiu. Ele fez um pouso controlado. Eles poderiam ter sido resgatados de uma forma correta, adequada. Por profissionais de resgate. Tinha que chamar o resgate ideal”, afirmou Angelo.

Já a esposa de Peninha, Valdilene Oliveira, acredita que o esposo dela ainda poderia estar vivo, caso o resgate fosse realizado de forma correta. “Podia ter passado nos Bombeiros e ter pego um homem, um bombeiro. Ou então ter levado um colete. Ele poderia estar aqui. Se tivessem agido conforme mandam as normas da ANAC o meu marido estaria aqui”, lamentou. Por telefone Arthur Nogueira Neto, proprietário da Paramazônia disse à reportagem que não ia se pronunciar sobre o assunto.Pouso forçado

Peninha e Ednilson deixaram a capital de Roraima, Boa Vista, no dia 14 de junho, em direção a Terra Indígena Yanomami, no sul do estadoa, a serviço da Secretaria Estadual de Saúde Indígena (Sesai) para realizar o resgate de uma criança doente na comunidade indígena Marari. Pouco mais de uma hora após a decolagem, a aeronave apresentou pane elétrica e uma das hélices teria parado de funcionar, segundo o relato de Ednilson, o que obrigou a realização do pouso de emergência.Durante o resgate, no entanto, o piloto não conseguiu entrar no helicóptero, acabou caindo dentro do rio e foi levado pela correnteza. O corpo de Peninha só foi encontrado três dias após o acidente.

 
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