O levantamento também indica que os municípios de Carauari, Itamarati, Eirunepé e Envira – também localizados na região sudoeste do Estado – já estão em estado de alerta, assim como os municípios de Manicoré, Nova Olinda e Novo Aripuanã, na Calha do Rio Madeira.
Os decretos ainda carecem do reconhecimento da Defesa Civil Federal e do Estado (que já enviou equipes para acompanhar a situação in loco), para que as prefeituras possam atuar efetivamente na aquisição de alimentos e remédios para os desabrigados. “A AAM está atuando diretamente na intermediação das demandas dos municípios com o Estado e a União para acelerar o processo de reconhecimento. Hoje mesmo (8), levarei esse relatório para o governador José Melo, que certamente vai acionar os órgãos estaduais para as primeiras ações de apoio”, explicou o presidente da associação, João Campelo.
Desabrigados
Em Guajará (a 1.487 km de Manaus), que decretou Emergência no dia 1º de fevereiro, o prefeito Ordean Gonzaga, afirmou que 5,5 mil pessoas estão desabrigadas e foram transferidas para as escolas da sede, fato que irá atrasar o início do ano letivo na rede municipal de ensino. “A prefeitura está fazendo o que é possível, arcando com as despesas de água potável, comida, transporte e alojamentos. Temos graves problemas no atendimento médico. Os hospitais estão lotados de pacientes e há grande demanda”, afirmou Gonzaga.
O prefeito também relatou que a produção rural de Guajará –principalmente de farinha, que exporta para Manaus e para o Estado do Acre – está completamente perdida. “Os agricultores que pediram empréstimo da Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) para plantar, perderam tudo e não tem como pagar. Vamos pedir ao governo um prazo maior ou até anistia para esses trabalhadores”, acrescentou.
Em Ipixuna (a 1.380 km de Manaus), a maior parte da sede está submersa, afetando todos os serviços públicos. De acordo com a prefeita Maria do Socorro de Paula, o início das aulas também foi cancelado e as escolas que ainda tem condições de uso, estão sendo usadas como abrigo para a população. “Ainda não temos estatísticas de quantas famílias foram afetadas, mas pedimos apoio de todos que puderem ajudar e doar alimentos, roupas e água”, solicitou a prefeita, que decretou situação de emergência no último dia 2.