O secretário do Sindicato dos Rodoviários de Manaus, Élcio Campos, também confirmou que toda a frota de ônibus do transporte urbano da cidade está parada.
O universitário Rodolfo Viana, está a mais de uma hora na parada esperando um ônibus para ir ao estágio. “Saí até mais cedo de casa, e cheguei na parada antes das 6 da manhã, pois ouvi dizer que teria 30% dos ônibus na rua e até agora nada de ônibus, já estou a mais de uma hora esperando aqui”, disse.
Como opção, a prefeitura de Manaus liberou os ônibus do transporte alternativo (amarelinhos) e as linhas de micro-ônibus executivos para seguirem até o centro. As tarifas desses ônibus não podem ser alteradas, é o que informa o presidente da Cooperativa, Elder Marinho Arruda, o Bilú, e alerta que caso algum veículo esteja praticando preço acima do valor estabelecido, é para a população denunciar.
No alternativo (amarelinhos), o valor da tarifa é R$ 3,80 e aceita vale transporte Passa-Fácil. Já as linhas do Executivo, a tarifa é R$ 4,20 e aceita somente pagamento em dinheiro.
Desdobramentos
A continuidade da greve se deve a um desentendimento entre o sindicato dos rodoviários, o dos empresários e a prefeitura, que após várias reuniões durante a quarta-feira (30) não chegaram a um acordo.
Os rodoviários pedem reajuste salarial de 10%, e pagamento do retroativo de 2017, o que soma um valor de 13 milhões de reais. Os empresários estão oferecendo 1,5% de reajuste. A prefeitura sinalizou que não irá aumentar o valor da tarifa, e como os rodoviários pediam da prefeitura o pagamento do retroativo, o prefeito Arthur Virgílio Neto disse que não irá arcar com esse valor.
Segundo o Sinetram, Manaus tem uma frota de 1,3 mil ônibus, com 9 empresas que operam 229 linhas,e transportam, em média, 750 mil passageiros, em toda cidade.
Nota
Em nota, o Sinetram afirma que a paralisação de toda a frota, descumpre decisões do Tribunal Regional do Trabalho (TRT). “Mais uma vez a população foi penalizada com uma greve irregular. O Sinetram confia na justiça e entende que o diálogo envolvendo empregadores, empregados e a Prefeitura, é o melhor caminho para o enfrentamento da questão, de forma a preservar o interesse público. Desde que se respeite a ordem judicial e o direito de ir e vir da população, estaremos abertos ao diálogo, pois a população não merece isso”, explica o assessor jurídico do Sinetram, Fernando Borges.
Na última terça-feira (29), a desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Eleonora de Souza Saunier, deferiu uma nova liminar e aumentou a multa para de R$ 30 mil, para R$ 200 mil por hora de paralisação e em caso de descumprimento, pediu apoio das forças policiais para manter a ordem.