Uma portaria de reconhecimento do Decreto de Situação de Emergência do município de Cruzeiro do Sul, no Acre, emitida pela Defesa Civil Nacional, deve ser publicada nesta quinta-feira (2) no Diário Oficial da União (DOU). Com o reconhecimento, o município terá acesso à liberação de recursos complementares para custear as ações de apoio às vítimas da enchente descritas em seu plano de resposta.Cruzeiro do Sul enfrenta a maior enchente de sua história.
O Rio Juruá, que registrou na tarde desta quarta-feira (1) a marca de 14,23 metros, atingiu até o momento 15 bairros, desabrigando 85 famílias (acomodadas nos abrigos públicos). Outras 548 famílias foram desalojadas, o que resulta no total de 2.862 pessoas.
A Defesa Civil Estadual atua na região auxiliando e orientando a prefeitura na execução do plano de contingência. Em reunião com o governador Tião Viana, o prefeito de Cruzeiro do Sul, Ilderlei Cordeiro, agradeceu o apoio e a estrutura de suporte cedida pelo Estado durante este período de alagação do Rio Juruá.Nesta sexta-feira (3), Tião Viana estará no Juruá para recepcionar o ministro da Integração, Helder Barbalho, que irá vistoriar e levar solidariedade às vítimas das enchentes em Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves e Tarauacá.
Mais de 600 famílias atingidas
Além das 85 famílias desabrigadas, outras 548 estão desalojadas, em casa de parentes ou amigos. Os abrigos foram improvisados no Ginásio Poliesportivo Alailton Negreiros, na Santa Casa de Misericórdia e na Creche do Nari do Moa. A prefeitura estuda a possibilidade de um quarto abrigo, que será adaptado no Ginásio Jader Machado.
As ações de auxilio às vítimas da enchente são coordenadas pela defesa Civil Estadual, que tem dado suporte à prefeitura de Cruzeiro do Sul na execução do plano de contingência e no plano de resposta, enviado ao governo federal.
“Nas últimas 15 horas, o nível de velocidade de subida do Rio Juruá desacelerou. Pode ser um indicador de estabilidade. No entanto, isso vai depender dos acontecimentos pluviométricos das próximas 48 horas. De qualquer maneira, estamos prontos para enfrentar todos os cenários possíveis”, frisou o coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Carlos Batista, na tarde de quarta-feira (1).
Situação dos rios
De acordo com boletim desta quinta-feira (2), o Rio Acre, em Rio Branco, continua reduzindo o nível e registrou a marca de 10,18 metros, segundo medição realizada pela Defesa Civil do Município. O coordenador da Defesa Civil, coronel George Santos, informou que a previsão é de que a vazante permaneça, caso não ocorram chuvas nessa bacia hidrográfica.
O plano de contingência para controle de enchentes da capital foi apresentado pela prefeitura e pelo governo do Estado e passa a entrar em prática quando o manancial atingir a cota de 12 metros. A cota de alerta é de 13,50 metros e a de transbordamento, de 14 metros. Igarapés e áreas de risco também são monitorados na capital.
Rio Envira
O nível do Rio Envira, em Feijó, apresenta a cota de 12,52 metros nesta quinta. O monitoramento do Corpo de Bombeiros apontou uma diminuição de sete centímetros no nível do rio, nas últimas 24 horas. No município, o manancial ainda segue dentro da normalidade. Sua cota de alerta também é de 13,50 e de transbordamento, de 14 metros.
Rio Tarauacá
O Tarauacá continua a apresentar fortes sinais de vazante. Nesta manhã, o manancial registrou a marca de 9,65 metros, segundo medição realizada pela Defesa Civil do Município. O rio está abaixo de sua cota de transbordamento, que é de 9,50 metros. O monitoramento continua sendo realizado pela corporação militar, que articulou uma sala de situação para vistoriar as áreas atingidas. Até momento, 21 famílias encontram-se acomodadas em dois abrigos públicos, e uma alojada em casa de parentes, vitimando 123 pessoas. O Corpo de Bombeiros deve iniciar o trabalho de limpeza e retorno das famílias às casas, somente, quando o Rio Tarauacá atingir a marca de 8,50 metros.
Rio Juruá
Cruzeiro do Sul vive a maior cheia de sua história. O Rio Juruá registrou a marca de 14,24 metros na manhã desta quinta-feira (2), de acordo com a medição realizada pelo Corpo de Bombeiros Militar do Acre. O manancial, que está com 1,24 metro acima da sua cota de transbordamento, já desabrigou 95 famílias e desalojou outras 548 – 553 famílias removidas de suas residências – atingindo diretamente 2.918 pessoas em Cruzeiro. Na área urbana 11 bairros foram atingidos pelas águas e na área rural dois.