Segundo ele, a medida tem como objetivo organizar a situação em Roraima. Temer reiterou ainda críticas ao governo venezuelano por ter recusado a ajuda brasileira, o que, segundo o presidente, poderia ter evitado tantas migrações, bem como a “desarmonia no continente sul-americano”.
À Agência Brasil, o secretário especial de Comunicação Social da Presidência da República, Márcio Freitas, afirmou que a proposta é apenas uma cogitação e não há nada de concreto por enquanto.
O presidente criticou o que ocorre na Venezuela. “É inadmissível o que acontece lá porque está colocando em desarmonia o continente sul-americano”, disse. “O governo deles [dos venezuelanos] inclusive recusou nossa ajuda humanitária e, depois, os venezuelanos acabaram vindo para cá. Nossa política é acolher aqueles que entrem no país, mas o ideal é que eles recebessem nossa ajuda humanitária e lá pudessem permanecer”, acrescentou.
Temer disse que o decreto publicado hoje, autorizando o emprego das Forças Armadas em Roraima, foi feito pensando nos cidadãos brasileiros que vivem no estado. “Tudo que o fazemos é em função do cidadão brasileiro. Mandamos mais de R$ 200 milhões para saúde e alimentação [em Roraima]. Estamos dando todo apoio aos venezuelanos com vistas também a proteger os serviços estaduais prestados aos brasileiros”, disse o presidente pouco antes de criticar o governo venezuelano.
Senhas
O presidente afirmou ainda que o governo cogita distribuir senhas para a entrada de venezuelanos no Brasil a fim de controlar melhor a entrada de imigrantes e dar melhores condições para a prestação de serviços públicos tanto para brasileiros como para venezuelanos.
“Outra providência que talvez venha a ser tomada é que, como entram entre 700 e 800 venezuelanos por dia, criam-se problemas para vacinação e para organização. Pensamos então [em] colocar senhas, de maneira que entrem [de] 100 a 200 por dia, para organizar um pouco mais essas entradas.”
Nomeação
Questionado se definiu quem substituirá o senador Romero Jucá (MDB-RR) na liderança do governo no Senado, Temer disse que, neste primeiro momento, a função ficará com o primeiro vice-líder, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).
“Fernando Bezerra Coelho continuará na primeira vice e responderá pela liderança do governo. Não é algo que me preocupa neste momento, porque o Congresso está praticamente em recesso branco e só volta a trabalhar para valer depois das eleições”.