Cuiabá tem a menor taxa de homicídios em 10 anos

Foto: Reprodução/Shutterstock

Com 33,48 mortes a cada 100 mil habitantes, a taxa de homicídios em Cuiabá é a menor dos últimos 10 anos, conforme os dados da Coordenadoria Geral de Estatística e Análise Criminal da Secretaria de Estado de Segurança Pública. O número de assassinatos registrados pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) revelam que os números de mortes reduziram em 15% na capital de 2015 para 2016, passando de 232 para 197 casos. De 2014 para 2016 a redução foi de 5,3%.

Em Várzea Grande a taxa de homicídios é de 45,33 para cada 100 mil habitantes, o menor dos últimos cinco anos pela série histórica. Em 2014 a taxa era de 84,66 a cada 100 mil pessoas, a maior dos últimos 10 anos. A quantidade de pessoas assassinadas reduziu em 17% em 2016 na comparação com o ano anterior, baixando de 148 para 123 ocorrências. De 2014 para 2015 a queda foi de 34%.

“Em Várzea Grande evitamos a morte de umas 200 pessoas. Essas vidas por si só justificam os investimentos em efetivo e equipamentos na Baixada Cuiabana. Os números estaduais sobre homicídios ainda não foram fechados mas estima-se que tenha caído cerca de 11%. As taxas reduziram, mas continuam altas, temos um longo caminho a percorrer. Contudo o importante é que os índices se mantenham em queda”, avaliou o secretário de Estado de Segurança Pública, Rogers Jarbas.

A expectativa é de que após o fechamento dos dados de Mato Grosso a taxa de homicídios a cada 100 mil habitantes seja em torno de 26 assassinatos a cada 100 mil habitantes, próximo a média nacional. “Em países como a Noruega, Áustria e Suíça o índice é de 1 a cada 100 mil habitantes, embora seja aceitável a taxa de 8 homicídios a cada 100 mil pessoas. Para se chegar a um índice desses, não só Mato Grosso, mas o Brasil precisa dar a mesma qualidade de vida aos seus cidadãos em saúde, educação, trabalho, moradia e saneamento básico, e o Governo de Mato Grosso tem avançado muito nessas áreas, o que tem contribuído, e muito, nos resultados obtidos pela Segurança Pública”, argumentou o secretário.

Tiros no domingo à noite

A arma de fogo é o principal meio empregado para tirar a vida do ser humano em Cuiabá e Várzea Grande. Dos 197 casos de homicídios na capital, 74% foram com esse tipo de armamento. Em seguida, armas brancas (facas) com 13% dos registros e 7% com objetos contundentes, como pedras. Já em Várzea Grande os números são 75% com armas de fogo, 13% armas brancas e 10% com uso de objetos contundentes. E mais, as armas de fogo utilizadas para matar também são instrumento para roubos e outros delitos graves, o que levou as forças de segurança a priorizarem a sua apreensão, sendo mais de 4.000 armas em 2016.

A maioria dos assassinatos em Cuiabá ocorreram no domingo (37 casos) e na quinta-feira (35). Os horários com maior registro foi das 18h às 21h (36) e da meia-noite às 3h (35). Os bairros com mais registros de homicídios foram o Pedra 90 com 13 notificações e Três Barras, com 11 casos.

Em Várzea Grande, domingo é o dia com mais registro de mortes e a maioria ocorreu das 21h até meia-noite (27 casos) e das 18h até 21h. Os bairros Mapim e Centro apresentaram mais casos de assassinatos, sete no ano todo, cada um. Em seguida está o Jardim Esmeralda com seis casos em 2016.

80% das mortes são esclarecidas

O índice de esclarecimento dos crimes de homicídios dolosos, ocorridos em Cuiabá e Várzea Grande, alcançou a taxa de 80,82%. No total, somando-se os 197 assassinatos em Cuiabá e 123 em Várzea Grande, foram 257 casos esclarecidos com autoria definida e 61 sem autoria, nas investigações conduzidas pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), da Polícia Judiciária Civil.

A média de autoria identificada dos crimes é considerada uma das mais altas do país e vem se mantendo nos últimos anos. Em 2015, a DHPP fechou com 76% de solução dos homicídios dolosos investigados nos inquéritos policiais.

Para investigar os homicídios, a DHPP, em 2016, instaurou 344 inquéritos, dos quais 318 foram relatados à Justiça. Conforme a Delegacia, a diferença de inquéritos para o total de homicídios registrados em 2016, refere-se a casos ocorridos na virada do ano de 2015 que tiveram os procedimentos abertos em 2016, casos de pessoas desaparecidas identificados, posteriormente, como homicídios, ou atuação de terceiros em assassinatos, cujo envolvimento foi descoberto após a conclusão da investigação, entre outros.

A delegada Regional de Cuiabá, Anaíde Barros, informou que desde o ano de 2015, a DHPP vem trabalhando com metas para estimular a produtividade dos policiais e manter a média anual de elucidação dos crimes investigados. “Adotamos metas específicas para a conclusão de inquéritos e essa metodologia incentiva o bom desempenho de toda a unidade. Finalizar o ano com mais de 80% de resolutividade é um resultado excelente para todos da Delegacia e para a nossa Segurança Pública”, disse.

Outro ponto para o crescimento dos crimes solucionados foi o fortalecimento do efetivo da Delegacia Especializada de Homicídios (DHPP), o que trouxe respostas mais céleres e eficientes à sociedade.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Arte rupestre amazônica: ciência que chega junto das pessoas e vira moda

Os estudos realizados em Monte Alegre, no Pará, pela arqueóloga Edithe Pereira, já originaram exposições, cartilhas, vídeos, sinalização municipal, aquarelas, história em quadrinhos e mais,

Leia também

Publicidade