CPRM confirma: cheia do rio Negro ficará entre as 10 maiores da história

A enchente deste ano no rio Negro deve ficar entre as dez maiores cheias em Manaus. A informação foi confirmada na manhã desta quarta-feira (31) pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM). De acordo com o órgão, as águas podem atingir a marca de 29,46 metros até o fim da cheia. Com a cota do dia registrando 28,96 metros, o nível do rio está a apenas quatro centímetros da cota de emergência na capital do Amazonas, segundo os dados da CPRM.

Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia
Apesar disso, segundo informações da Agência Brasil, a cheia deste ano não deve superar a de 2012, a maior da história, quando o nível chegou a 29,97 metros. A preocupação deste ano, segundo o superintendente do CPRM, Marco Antônio Oliveira, é que as águas do Rio Negro vão ficar elevadas por um período maior.

“O processo de cheia do Rio Negro aqui em Manaus continua evoluindo. O Rio Negro encontra-se represado pelo Rio Solimões. Embora haja uma estabilização na cheia do Solimões, vai depender muito aqui pra Manaus as águas que vão descer pelo Rio Negro. Se chover dentro da média, vai ser uma cheia que vai evoluir de forma mais lenta. No entanto, é preciso alertar a população que o rio já ultrapassou a cota de alerta e esse tempo de permanência das águas altas deve continuar por, pelo menos, mais 20 a 25 dias”, ressaltou o superintendente.

Segundo o secretário da Defesa Civil do Amazonas, Coronel Fernando Pires Júnior, se o nível do Rio Negro continuar subindo em Manaus mais de três mil famílias serão atingidas. “Existem várias áreas que já estão catalogadas pela Defesa Civil, como o São Jorge que é uma área onde tem microbacias que são afetadas pela enchente, além do São Raimundo, Puraquequara e Compensa, por exemplo. E caso haja o transbordamento do rio nós vamos atuar junto com os outros órgãos de segurança para que a normalidade social dessas pessoas não sejam afetadas”, afirmou.

Ainda de acordo com a Agência Brasil, o chefe da divisão de Meteorologia do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), Ricardo Dalarosa, choveu menos em maio em relação a abril na capital amazonense e a tendência é de diminuição nas próximas semanas.

“A expectativa não é de chuvas com volumes muito elevados porque nós estamos começando a estação seca. Claro que no início da estação seca ainda temos eventos como ontem, que choveu em torno de 50 mm, em um período relativamente curto. Isso faz parte do período de transição. Alguns dias de sol forte, temperaturas elevadas e de repente uma tempestade com volume significativo”, explicou Dalarosa.

Interior do Estado

De acordo com Pires Júnior, mais de 30 municípios estão em situação de emergência e que no momento as atenções estão voltadas para a Calha do Rio Amazonas. “A Defesa Civil tem um planejamento para a cheia de 2017. Estamos observando a elevação dos rios com atenção e preparamos um plano para que os amazonenses não fiquem desamparados”, contou.

A cheia dos rios deve estabilizar nos próximos dias, mas o Rio Negro pode chegar até a marca de 29,46 metros. “Existem municípios que já sentem o final da enchente, como por exemplo os que estão localizados nas Calhas do Juruá e Purus, eles vivem o período da vazante. Essas coisas são imprevisíveis, mas trabalhamos para atender toda a população do Amazonas”, disse o secretário. 

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Novo grupo de indígenas isolados no Amazonas está sem proteção há mais de um ano

Funai não publica portaria de restrição de uso nem monta base para monitorar isolados; empresa madeireira e de exploração de gás e óleo atuam na região.

Leia também

Publicidade