Aproveitar a vida e se divertir, seja nas estradas, em pistas cheias de obstáculos, ou nas alturas, e ainda cuidar dos filhos e lhes ensinar a gostar das mesmas aventuras. Assim são as mulheres e mães, que conheceremos a seguir, curtindo a vida adoidadamente. Rosângela Gregoletto Cembrani começou a andar de moto quando estava com 18 anos. Hoje, 43 anos depois, ela continua a sentir o mesmo prazer quando está sobre duas rodas.
“Sou de Caxias, no Rio Grande do Sul, e fui a primeira mulher a pilotar uma moto na minha cidade”, recordou Rosângela, empresária, e morando em Manaus desde 1982.
“Meu marido José Carlos também era um apaixonado por motos. Andávamos juntos em Caxias e continuamos a fazer o mesmo em Manaus, numa XLX 250. Mas eu pilotava pouco. Ia com ele sempre na garupa, até ele morrer, há dois anos. José Carlos era membro do Almas Livres Moto Clube e uma vez por ano íamos até Boa Vista, num encontro que vários motociclistas promovem lá. Depois que meu marido morreu, os membros do Almas Livres pediram que eu não saísse do clube, e eu estou lá, com eles. Somos uma família. Só então comecei a pilotar com mais frequência a moto”, falou.
Rosângela é mãe de um casal de filhos: Rodrigo e Caroline, ambos motociclistas. “A Caroline, inclusive, chegou a fazer motocross. Ela anda numa Harley Davidson 1.600; já o Rodrigo herdou a Harley Davidson 1.700 do pai, enquanto eu tenho a minha Yamaha Midnight 950”, contou.
“Quando estava grávida da Caroline, andei de moto até perto dela nascer, tanto que fui pra maternidade de moto. Não gosto muito de andar pela cidade porque tem muito carro. Prefiro as estradas. Gosto do vento no rosto. Já fui a todas as cidades do interior do Amazonas que dá pra se chegar por estrada, só pelo prazer de passear, de andar de moto. É difícil eu andar junto com os meus filhos porque todos temos nossas ocupações, mas há menos de um mês eu fui com o Rodrigo até Presidente Figueiredo”, lembrou.
Só com 18 anos
A jornalista Mariana Paraguassu Briglia, nasceu em Porto Velho, foi criada em Boa Vista, mas ficou bem conhecida em Manaus entre 2004 e 2012 quando apresentou um programa jornalístico na TV. Há seis anos Mariana mora na Califórnia, com o marido Anderson e a filha Olívia, que nasceu há quase dois anos nos Estados Unidos. De Manaus, Mariana levou uma paixão que até hoje mantém no país dos yankees, o paraquedismo.
“Tive curiosidade, então fiz um salto duplo e me apaixonei pelo esporte, ainda no Aeroclube, em Manaus. Do salto pra fazer o curso foi na hora e ainda convenci meu marido pra fazermos juntos, em 2011”, contou.
“Nos mudamos pra Califórnia por causa do trabalho do Anderson. Ele é engenheiro de software, mas aqui tivemos a sorte de morar bem perto deuma das maiores áreas de salto do mundo, o que nos ajudou bastante na nossa progressão no esporte”, disse. “Já competimos em algumas modalidades e também participamos de recordes de grandes formações. Atualmente sou recordista sul-americana de formação em queda livre. Realizamos um salto com 74 pessoas e durante o salto fizemos duas figuras em queda livre”, lembrou.
Nos Estados Unidos, Mariana trabalhou inicialmente com tradução de jogos de videogame e saiu do emprego quando Olívia nasceu. Agora que a filha já está com quase dois anos, Mariana voltou a trabalhar no que para ela é o melhor emprego do mundo. “Durante a semana cuido da Olívia, mas nos fins de semana trabalho em Perris, nessa área de paraquedismo perto de nossa casa, como instrutora de saltos de grandes formações”, riu.
“No paraquedismo é natural ter medo no começo. A gente fica bem nervosa e tem muitas dúvidas, mas com o tempo e a prática, o medo se transforma em uma atenção redobrada. É um esporte de risco, então nunca podemos ficar calmos demais a ponto de negligenciar a segurança”, ensinou. “Quando a Olívia estiver com três anos, já poderá treinar no simulador de queda livre, um túnel de vento. Saltar mesmo, só a partir dos 18 anos”, revelou.
Certo dia o tio de Ana Suelen Siqueira Barbosa levou seu primo Lucas para uma competição de bicicross e ela acompanhou os dois, mas gostou tanto da competição que acabou se tornando uma assídua admiradora desse esporte que, apesar da emoção, também apresenta algum perigo para quem o pratica. “Durante um bom tempo só andava de bicicleta e via o pessoal competindo, mas há quatro anos resolvi começar a competir”, lembrou.
“O bicicross tem várias categorias e, num campeonato, são realizadas três baterias. Quem pontuar mais nas três, vence. Antes tinha uma pista ali perto do aeroporto, mas fecharam e, desde 2014, quando eu comecei, o pessoal passou a competir nessa, no Nova Cidade, próximo ao igarapé do Passarinho”, situou.
“Estamos bem atrás, nesse esporte, em relação a Boa Vista, onde tem duas excelentes pistas. Em 2015 fui campeã, lá, na minha categoria. Há uma promessa de construir, ainda esse ano, uma pista na Vila Olímpica. Vamos ver”, adiantou.
“Foi durante as competições que conheci o meu marido Paulo César e tivemos a Lara, cinco anos, e o Steven, um ano. Quando a Lara nasceu eu ainda não praticava o bicicross, mas quando engravidei do Steven, tive que parar por um ano, em 2017, mas já estou de volta”, comemorou.
“Essa época de chuva é muito perigoso competir. Eu já quebrei uma clavícula. O bom de competir é durante o verão, no sol. Em junho ou julho já teremos o calendário de eventos da federação e eu estarei lá, competindo. Esse ano já vou levar a Lara, pra competir na categoria até cinco anos. Não é bem uma competição. É mais uma brincadeira com as crianças, mas elas já vão aprendendo como é o esporte. Com três anos, já vou levar o Steven. Quero que eles, quando crescerem, sejam atletas do bicicross. Tomara que gostem. Mas vão gostar porque dá muita adrenalina e é emocionante”, garantiu.