Após a conversa, o ministro anunciou uma série de medidas do governo federal para ajudar a reprimir a onda de violência, entre elas a transferência de 16 líderes de facções para outras unidades federais e o envio de equipamentos para as equipes táticas.
O Ministério da Justiça aguarda confirmação das outras unidades federais sobre onde há vagas disponíveis para efetivar a transferência dos detentos. De acordo com Moraes, o governo federal enviará kits para a equipe de Força Tática da Polícia Militar do estado, grupamento que entra em presídios para conter rebeliões.
Além disso, o estado receberá outros equipamentos no valor de R$ 1,5 milhão, herança da segurança utilizada nos jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro. Entre os materiais estão armamentos, aparelhos de raio-x e viaturas.
Os 32 agentes da equipe de Força Tática receberão escudos, pistolas, armas químicas e coletes à prova de bala. O objetivo deste kit é reprimir rebeliões com mais eficácia. Já os outros equipamentos são preventivos para ações como a de domingo na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo.
A rebelião do dia 16 foi detonada após integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, terem invadido uma área destinada a integrantes do Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro, durante o horário de visitas.Muitas vítimas foram decapitadas e queimadas, dificultando o reconhecimento.
Após anos de trégua, as duas facções voltaram a entrar em rota de colisão por conta da disputa pelo domínio do tráfico de drogas na fronteira com países como Paraguai, Bolívia e Uruguai e também em alguns estados, incluindo Roraima.Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, PCC e CV também estão em guerra em Rondônia, Mato Grosso do Sul, Ceará, Rio Grande do Norte e Alagoas.
Citado pelo diário, o procurador de Justiça Márcio Sérgio Christino explicou que a relação entre as quadrilhas se deteriorou com o assassinato do narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, em junho, durante uma emboscada na fronteira com o Paraguai.A região então passou a ser dominada pelo PCC, e o CV, de quem era aliado, imaginou que pudesse lucrar com o tráfico na área fronteiriça. “Mas aconteceu o contrário. Quando eles perceberam a situação, o PCC já tinha dominado tudo”, disse Christino, ainda de acordo com o “Estadão”.
A guerra pode ganhar contornos ainda mais sangrentos, já que o CV estaria se aliando a facções locais para barrar o PCC fora de São Paulo.